Título

CATETER TUNELIZADO DE HEMODIALISE RETIDO: MANEJO DE TRES CASOS COM DIFERENTES DESFECHOS

Introdução

Os cateteres tunelizados para hemodiálise (CTH) são frequentemente utilizados na prática clínica. As principais indicação de remoção dos mesmos são infecção e disfunção, entretanto, complicações relacionadas ao uso a longo prazo podem existir. Relatamos três casos de CTH retidos em pacientes com uso prolongado dos mesmos.

Material e Método

Relato de Casos

Resultados

Caso 1: Homem, 81 anos, hipertenso, diabético, coronariopata, marca-passo bicameral há 5 anos, iníciou hemodiálise há 30 meses com CTH em veia jugular interna esquerda. Após 15 meses, evoluiu com disfunção do CTH, sendo encaminhado para troca do mesmo. Procedimento não possível pois o CTH estava retido na porção intravascular, com firme aderência aos eletrodos do marca-passo e veia cava superior. Realizado o sepultamento da porção intravascular do cateter e colocação de novo cateter na mesma veia. Paciente mantém boa patência do cateter, sem complicações mecânicas ou infecciosas.
Caso 2: Mulher, 78 anos, hipertensa, diabética, coronariopata, em hemodiálise há 9 anos, com CTH em veia jugular direita há 42 meses, interna por lombalgia há 1 dia. Ressonância magnética de coluna lombar detectou espondilodiscite, sem evidências de infecção recente. Hemoculturas com crescimento de S. epidermidis, sem sinais de endocardite. Iniciada Daptomicina + lock de Vancomicina, sem melhora clínica. Optou-se pela retirada do CTH, entretanto, evidenciado cateter retido na porção intravascular, sendo realizada amputação do mesmo. Paciente evolui febril e com culturas ainda positivas. Frente ao quadro de cateter retido infectado, paciente foi submetida a cirurgia cardíaca para sua retirada. Houve melhora clínica completa e alta hospitalar posterior.
Caso 3: Mulher, 83 anos, hipertensa, diabética, coronariopata, em hemodiálise há 44 meses através de CTH em veia jugular direita. Após 43 meses, apresentou bacteremia, sendo evidenciada tunelite por Pseudomonas. Durante o procedimento de retirada de CTH evidenciou-se aderência do mesmo às veias subclávia/cava superior. Optado por amputação do cateter, entretanto persistiram bacteremias com hemoculturas positivas. Frente à necessidade de remoção cirúrgica, família optou por cuidados de fim de vida.

Discussão e Conclusões

Tais casos levantam a discussão da necessidade de troca periódica de CLP mesmo que estejam em bom funcionamento, visto que o uso prolongado de tais dispositivos pode levar a retenção do cateter com possíveis complicações infecciosas e trombóticas.

Palavras Chave

Hemodialise; Infecção; complicação mecânica