Dados do Trabalho
Título
NEFROPATIA DIABETICA E SINDROME DE HEMICOREIA-HEMIBALISMO EM PACIENTE TRANSPLANTADO RENAL: RELATO DE CASO
Introdução
O diabetes pós-transplante renal (DPTR) é uma complicação comum do transplante renal que pode afetar a sobrevida do enxerto cuja incidência varia de 7-46%. Ela decorre do uso de cortiesteróides , inibidores de calcineurina e está relacionada ao aumento de morbimortalidade do paciente transplantado. O caso relatado trata-se de um paciente transplantado renal com complicação atípica do DPTR.
Material e Método
Revisão de prontuário e de literatura
Resultados
Paciente masculino, 67 anos, transplantado renal de doador falecido, nefropatia de etiologia indeterminada, hipertenso, evoluiu com diabetes mellitus insulino-dependente pós-transplante renal. Seguia sob o esquema de imunossupressão com tacrolimo 5mg/dia, everolimo 2mg/dia e prednisona 5mg/dia. Mantinha em uso irregular de insulina e dos antihipertensivos. Iniciou quadro de movimentos involuntários de grande amplitude em membro superior direito que cessavam durante o sono. Exame neurológico evidenciava exclusivamente padrão coreiforme em mão direita, segundo e terceiro quirodáctilos ipsilateralmente. Os controles laboratoriais evidenciavam glicohemoglobina 10,7%, glicosúria 2+ e proteinúria 4+ e disfunção de enxerto (creatinina 2,6mg/dL ), dosagem sérica de tacrolimos e everolimo na faixa terapêutica. A ressonância de crânio mostrou hiperintensidade em T1, T2 e FLAIR e hipointensidade no SWAN no putâmen esquerdo, com difusão facilitada, sem efeito de massa ou perda volumétrica, sugerindo calcificações. Foi instituída insulinoterapia com controle glicêmico rígido com remissão parcial dos distúrbios de movimento. Diante da persistência da disfunção renal, foi indicada biópsia de enxerto que mostrou padrão de glomeruloesclerose nodular secundária ao diabetes.`
Discussão e Conclusões
O caso descrito apresentou um paciente com DPTR com nefropatia diabética do enxerto (NDE) evoluindo com uma complicação rara de hemicoreia- hemibalismo secundária à descompensação dos níveis glicêmicos. Os mecanismos etiopatogênicos envolvidos seriam os efeitos da hiperglicemia no metabolismo ácido gama-aminobutírico (GABA) nos núcleos da base e o aumento da atividade dos astrócitos gemistocíticos.
O paciente evoluiu com NDE de novo de forma precoce associada a sintomas de distúrbios de movimento. Isso demonstra a importância da monitorização glicêmica, dos níveis séricos dos imunossupressores para uma abordagem terapêutica precoce e eficiente no manejo do diabetes no pós-transplante.
Palavras Chave
Diabetes pos transplante renal, disturbios do movimento, transplante renal, nefropatia diabética
Área
Transplante
Instituições
Hospital Universitário-HUB - Distrito Federal - Brasil
Autores
Gustavo de Souza Siqueira, Flávia Lara Barcelos, Priscila Dias Gonçalves, Gustavo Guilherme Queiroz Arimatéia, Patrícia Amaral Bicalho, Giuseppe Cesare Gatto, Ana Paula Lemes Canuto