Dados do Trabalho
Título
PODOCITOPATIA LUPICA – CASUISTICA DE CENTRO UNICO
Introdução
Pocitopatia Lúpica (PL) é considerada um acometimento renal no paciente com Lúpus Eritematoso Sistêmico (LES) que não é contemplado dentro das Classes de Nefrite Lúpica da ISN/RPS. Pela grande confusão diagnóstica que a PL pode ter com a Nefrite Lúpica classe I e II, foi proposto critério diagnóstico por Hu et al. onde quatro itens precisam estar presentes para esse diagnóstico: 1- paciente com diagnóstico de LES com síndrome nefrótica; 2- biopsia renal com microscopia óptica com padrão de Doença de Lesões Mínimas (DLM), ou Glomeruloesclerose Segmentar e Focal (GESF) ou Proliferação Mesangial (PM); 3- ausência de depósitos sub-epiteliais ou sub-endoteliais; 4- fusão de podócitos à microscopia eletrônica superior a 50%. O objetivo desse estudo é apresentar a casuística de PL em centro único.
Material e Método
Trata-se de um estudo retrospectivo entre 2012 a 2016 realizado no Serviço de Nefrologia do HCFMUSP, onde foram revisadas todas as biópsias renais de pacientes com diagnóstico de LES, num total de 207 biópsias. Foram selecionados os pacientes com PL que preenchessem os critérios 1,2 e 3 de Hu.
Resultados
Num total de 8 pacientes, 3,8% do total das biópsias renais em LES, tiveram diagnóstico de PL , destacando que 62,5% dos pacientes teve o diagnóstico de PL à mesma época que o LES, 100% das pacientes era do sexo feminino, com média de idade de 32,2±12,6 anos, média de creatinina de 0,8±0,4 mg/dL, proteinúria de 7,2±2,8g/dia, albumina sérica de 2,2±0,4 g/dL, hematúria em 50%, hipertensão arterial somente em 2 pacientes (25%) e nenhuma com consumo de complemento sérico. Quanto a histologia renal 6 pacientes (75%) tiveram padrão histológico de GESF e 2 (25%) de DLM. A imunofluorescência foi negativa em 5 biópsias (62,5%) e nas outras 3 uma teve só depósito de IgM, uma só C3 e uma IgM e C3, todos em mesângio. Quanto a evolução, todos foram tratados com imunossupressão principalmente corticoide e inibidor de calcineurina, e nenhuma paciente evoluiu para doença renal crônica num acompanhamento médio de 63,4±25,6 meses.
Discussão e Conclusões
A frequência de PL em nosso estudo foi próximo as casuísticas internacionais de 1,3%, mantendo o predomínio de mulheres e o tempo de diagnóstico bem próximo ao diagnóstico de LES. A literatura destaca uma maior frequência de injúria renal aguda nessas pacientes, o que não foi observado em nossa casuística, porém mantendo uma sobrevida renal excelente com boa resposta a imunossupressão.
Palavras Chave
nefrite lupica, podocitopatia
Área
Nefrologia Clínica
Instituições
Hospital das Clínicas da FMUSP - São Paulo - Brasil
Autores
Cristiane Bitencourt Dias, Lívia Barreto, Denise Avancini Malheiros, Lectícia Jorge, Viktoria Woronik