Dados do Trabalho
Título
CRISE RENAL ESCLERODERMICA: DIAGNOSTICO CLINICO, LABORATORIAL E ANATOMOPATOLOGICO
Introdução
A esclerodermia ou esclerose sistêmica (ES) é uma doença autoimune do tecido conjuntivo marcada por inflamação e fibrose. A crise renal esclerodérmica é definida como uma disfunção renal rapidamente progressiva acompanhada ou não de hipertensão com início recente durante o curso da ES.
Material e Método
Relato de caso
Resultados
L.G.A, feminino, 61 anos, negra com queixa de dor articular e fraqueza há 5 anos. Referia também febre e perda ponderal (15 kg/ 2 meses), além de disfagia e ao exame físico evidenciado fenômeno de Raynaud bifásico. Na investigação complementar, apresentava anemia, alteração de função renal e aumento de provas inflamatórias. A urina 1 evidenciava leucocitúria (285.000/ml) e hematúria (165.440/ml), sendo a proteinúria 0,3 g/24h.
Às provas reumatológicas, apresentava FAN (1/1280) e anti RNP positivo.
O ecocardiograma mostrava uma pressão sistólica de artéria pulmonar de 60 mmHg e a capiloroscopia periungueal, microangiopatia compatível com padrão SD (scleroderma pattern). Procedeuse com a realização de biópsia renal que evidenciou ramos arteriolares com paredes espessadas por proliferação fibrocelular concêntrica, além de material hialinofibrinóide, com redução acentuada do lumen. As alterações encontradas eram consistentes com comprometimento primário do compartimento vascular, favorecendo no contexto o diagnóstico de microangiopatia trombótica em fase de organização.
Discussão e Conclusões
A crise renal esclerodérmica ocorre principalmente na forma difusa da ES e nos primeiros 5 anos da doença, sendo manifestações comuns hipertensão arterial, proteinúria não nefrótica e hematúria, além de possibilidade de desenvolvimento de microangiopatia trombótica em 50% casos.
Os mecanismos patogênicos não são completamente compreendidos mas sabese que há espessamento intimal das artérias interlobulares renais e arqueadas como resultado da lesão da célula endotelial, resultando em vasculopatia obliterativa proliferativa com lesões fibróticas das artérias renais interlobulares e arqueadas, chamadas “lesão em casca de cebola”. O tratamento se baseia no uso dos inibidores da enzima conversora de angiotensina que está associado à diminuição da mortalidade mas cerca de 50% dos pacientes podem evoluir para doença renal crônica estadio terminal.
Palavras Chave
Esclerodermia; crise renal esclerodérmica
Área
Nefrologia Clínica
Instituições
UNIFESP/EPM - São Paulo - Brasil
Autores
ERICA LOFRANO REGHINE, WALLACE STWART CARVALHO PADILHA, DIEGO ENNES GONZALEZ, CARLOS ALBERTO BALDA