Dados do Trabalho


Título

INFILTRAÇAO LINFOMATOSA RENAL EM PACIENTE IMUNOSSUPRIMIDA: DIAGNOSTICO ANATOMOPATOLOGICO

Introdução

O vírus da imunodeficiência humana (HIV) é um RNA vírus que acomete 36,9 milhões de pessoas em todo mundo (2017). A infecção pelo HIV é risco tanto para lesão renal aguda quanto para doença renal crônica.

Material e Método

Relato de caso

Resultados

M.G.O.S, feminino, 53 anos, admitida por queda da própria altura devido a fraqueza em membros inferiores há 4 meses. Apresentava também febre e perda ponderal não quantificada há 1 mês. O exame físico evidenciou placas esbranquiçadas em cavidade oral e paresia em membros inferiores. A investigação complementar evidenciou anemia, linfopenia e alteração da creatinina (1,41 mg/dL), associada a relação proteína/creatinina urinária de 1,2 g/dL e rins de tamanho aumentado no ultrassom. Na investigação do quadro neurológico, o líquor demonstrou aumento de celularidade às custas de linfócitos e a ressonância nuclear magnética com imagem sugestiva de acometimento neoplásico. A avaliação complementar identificou sorologia anti HIV positiva.
Diante do quadro de lesão renal aguda de etiologia não esclarecida e proteinúria não nefrótica, procedeu-se com a realização de biópsia renal que evidenciou infiltração intersticial por células pouco diferenciadas com expressão parcial de CD45 e CD30, podendo corresponder a quadro de neoplasia linfoproliferativa.

Discussão e Conclusões

Após a introdução da terapia antirretroviral, vemos uma diminuição da prevalência de nefropatia associada ao HIV, com maior prevalência de doenças crônicas como hipertensão arterial e diabetes mellitus. Porém, o diagnóstico deve ser considerado ao avaliar um paciente com alteração da função renal associado ao estágio mais avançado da infecção (carga viral elevada e CD4 baixo), em particular quando há proteinúria em níveis nefróticos, em que deve-se pensar em glomeruloesclerose segmentar e focal na forma colapsante. A terapia anti retroviral combinada é considerada tratamento de primeira escolha, apesar do maior risco de nefrotoxicidade, sendo o tenofovir o principal responsável pelo desenvolvimento da síndrome de Fanconi.
Em 1980, foi apresentado o primeiro caso de linfoma diagnosticado por biópsia percutânea. Os mecanismos precisos de lesão renal aguda devido a infiltração linfomatosa intrarrenal são desconhecidos, mas sabe-se que a perda de função renal parece estar associada à extensão (acometimento bilateral) e ao tipo de infiltração tumoral. A infiltração intersticial está associada ao aumento bilateral renal, além de estar mais associada à lesão renal aguda comparada à infiltração intraglomerular.

Palavras Chave

Lesão renal aguda; HIV; linfoma

Área

Nefrologia Clínica

Instituições

UNIFESP/EPM - São Paulo - Brasil

Autores

ERICA LOFRANO REGHINE, MARIA EDUARDA VILANOVA DA COSTA PEREIRA, FERNANDA BADIANI ROBERTO, DIEGO ENNES GONZALEZ, CARLOS ALBERTO BALDA, JOAO ANTONIO GONCALVES GARRETA PRATS