Dados do Trabalho


Título

PERFIL DOS PACIENTES PORTADORES DE DOENÇA RENAL CRÔNICA ATENDIDOS EM AMBULATÓRIO MULTIDISCIPLINAR E OS FATORES QUE INTERFEREM NA SUA ADESÃO À TERAPIA FARMACOLÓGICA

Introdução

A adesão à terapêutica é imprescindível para o sucesso do tratamento, principalmente nas doenças crônicas como a renal (DRC). Avaliar a adesão é fundamental para compreender os fatores relacionados a resultados negativos e identificar medidas que visem a sua melhoria. O objetivo deste estudo foi descrever o perfil dos pacientes portadores de DRC em um ambulatório multidisciplinar e identificar os fatores que influenciam na adesão a farmacoterapia.

Material e Método

Trata-se de um estudo de corte transversal com pacientes com DRC grau 4 e 5 não dialíticos atendidos em um ambulatório de nefrologia, no Hospital Universitário, Salvador-Bahia. Para avaliar adesão foram utilizados a entrevista ao paciente e o teste de Morisky e Green (TMG)

Resultados

Em oito meses foram atendidos 68 pacientes, sendo que 41% (28/68) apresentavam problemas relacionados ao uso de medicamentos que impactavam diretamente na adesão. Destes, 61% (17/28) eram do sexo feminino com idade variando entre 32 e 90 anos. O nível de escolaridade variou muito entre os não aderentes, sendo 32,1% (9/28) ensino médio completo, 21,4% (6/28) fundamental incompleto, 18% (5/28) fundamental completo, 14,3% (4/28) analfabetos e 14,3% (4/28) superior completo. Dos seis pacientes com nível superior, quatro não apresentavam boa adesão, o que sugere que um maior nível de escolaridade não exerce impacto direto na adesão. 35% (24/68) dos pacientes possuíam algum tipo de deficiência sendo predominante a visual 71% (17/24). Tem-se que 100% (9/9) dos pacientes não aderentes com deficiência visual eram responsáveis pelo autocuidado e os demais (8/17) tinham suporte da família ou cuidador o que impactou positivamente na adesão. De maneira geral, foi identificada alta pontuação no TMG, o indicaria boa adesão, contudo 71% (20/28) dos pacientes não eram bons aderentes.

Discussão e Conclusões

Como observado em outros estudos, a alta pontuação isolada do TMG não garante que o paciente possui bom nível de adesão. E fatores como deficiência visual, analfabetismo, confusão durante a explicação sobre o uso de seus medicamentos e omissão de doses são indicativos de que o paciente possui dificuldade em aderir ao tratamento. Nota-se que parte dos pacientes atendidos apresentou problemas de adesão que pode impactar diretamente nos resultados esperados. Nesse contexto, o atendimento farmacêutico tem sido
relevante para identificar as causas da não adesão e estabelecer estratégias para alcançar o uso adequado dos medicamentos.

Palavras Chave

Adesão, Doença renal crônica, terapia farmacológica, ambulatório multidisciplinar

Área

Multiprofissional: Outras áreas

Instituições

HOSPITAL UNIVERSITÁRIO PROFESSOR EDGAR SANTOS - Bahia - Brasil

Autores

Bartyra Lima de Almeida Leite, Alline Mikaele Nunes Wildemberg Brauer, Priscila Silva Veloso, Lianna Gabriella Gonçalves Dantas