Dados do Trabalho


Título

PERFIL DA VITAMINA D EM CRIANÇAS E ADOLESCENTES PORTADORES DE SINDROME NEFROTICA ACOMPANHADAS EM AMBULATORIO DE NEFROLOGIA PEDIATRICA

Introdução

A Vitamina D está envolvida em vários mecanismos fisiológicos, imunológicos, cardiovasculares e no metabolismo mineral e ósseo. A hipovitaminose D acarreta graves distúrbios que têm impacto ainda maior nos pacientes pediátricos portadores de doenças crônicas como a síndrome nefrótica. Devido à escassez de estudos sobre esse tema optamos por realizar um estudo sobre o perfil da vitamina D nos pacientes portadores de SN tanto na fase de remissão quanto na descompensação.

Material e Método

Analisamos os exames laboratoriais de 20 pacientes que atenderam aos critérios de inclusão. Foi determinada a prevalência de déficit de vitamina D e realizadas análises uni e multivariadas para comparar o déficit de vitamina D nos pacientes com SN na descompensação e na remissão utilizando o cálculo de razões de prevalência (RP) e seus respectivos IC95%.

Resultados

Dos 20 pacientes analisados, 19 possuem biópsia renal, 15 com lesão mínima, 3 GESF e 1 com nefropatia por IGA. Em relação a resposta terapêutica, 15 (75%) foram classificados como corticorresistentes, 5 (25%) corticossensíveis. A idade média no diagnóstico inicial foi de 4 anos e o tempo médio de doença na análise foi de 4,9 anos. Na descompensação, a média dos níveis de albumina sérica, colesterol total e clearence de creatinina estimado foram de 2,21 g/dL, 450 mg/dL e 182,4ml/min, respectivamente. Na remissão a média dos níveis foram de 3,96g/dL, 209mg/dL e 144,8ml/min respectivamente. Do total da amostra 17 (87,2%) apresentaram insuficiência ou deficiência de Vitamina D na descompensação, já na remissão apenas 8 (41%), OR 7,79 IC 95% (1,69 – 35,92), p<0,01.

Discussão e Conclusões

A insuficiência e deficiência de vitamina D é prevalente nas crianças com SN, e está fortemente associada a proteinúria, possivelmente devido a perdas urinárias da vitamina D ligada à sua proteína carreadora plasmática. Pode-se notar a alta prevalência de insuficiência de vitamina D nos pacientes quando estes se encontraram na fase nefrótica. Sabe-se que a deficiência de vitamina D não está associada apenas a um elevado risco de doença osteometabólica, mas a outros problemas clínicos relevantes, incluindo neoplasias e doenças cardiovasculares a longo prazo.
Apesar da nossa população estar em um clima tropical, ser esperada uma maior exposição solar e subsequente maior produção e níveis séricos de 25(OH)D, nosso estudo mostrou que a maioria dos pacientes analisados apresentavam níveis séricos de vitamina D abaixo dos valores recomendados.

Palavras Chave

Síndrome nefrótica, hipovitaminose D

Área

Nefrologia pediátrica

Instituições

EPM - UNIFESP - São Paulo - Brasil

Autores

Gustavo Jorge Maftum, Marina Xavier Tenório, Débora de Oliveira Batista, Nathália de Godoy Daiha, Raisa Carolina Teixeira da Silva, Flávia Vanesca Felix Leão, Maria de Andrade, Maria Aparecida de Paula Cançado