Título

A MONITORIZAÇAO AMBULATORIAL DA PRESSAO ARTERIAL NO DIAGNOSTICO E MANEJO DA HIPERTENSAO APOS O TRANSPLANTE RENAL

Introdução

Este estudo avaliou o comportamento da pressão arterial (PA) à Medida Ambulatorial da Pressão Arterial (MAPA) em receptores de transplante renal (TxR) estáveis, confrontando seus achados com as aferições manuais.

Material e Método

Estudo transversal incluindo 44 receptores de TxR de um hospital público quaternário, com função renal estável e entre o 3º e 6º mês após o TxR. Análises de concordância entre medida convencional (média das 3 ultimas medidas) e MAPA foram realizadas com dois limites de normalidade: Limites-1 (baseado nas diretrizes KDIGO): PA ambulatorial <130/80mmHg e PA média total à MAPA <125/75mmHg) e Limites-2 (aplicado à população geral de baixo risco cardiovascular): PA ambulatorial <140/90mmHg e PA média total à MAPA <130/80mmHg.

Resultados

Predominaram homens (54%) adultos (4412 anos). 75% usavam anti-hipertensivos. A prevalência de normotensão verdadeira considerando os Limites-1 e 2 foi 14% e 24%, respectivamente. 11% e 7%, respectivamente, tiveram diagnóstico de HAS do avental branco. A prevalência de HAS mascarada foi 32% e 39%, respectivamente. Comprometimento do descenso noturno ocorreu em 91%. Considerando a MAPA como padrão-ouro, a acurácia da aferição manual foi 57% para Limites-1 e 55% para os Limites-2. Houve pobre concordância diagnóstica entre MAPA e medidas ambulatoriais (Kappa=0,374). O coeficiente linear (R) foi 0,671 para as PA sistólicas e 0,454 para as diastólicas.

Discussão e Conclusões

Houve baixa concordância entre aferições manuais e MAPA, especialmente quanto à PA diastólica. Chamou atenção a elevada prevalência de HAS mascarada, 4 vezes maior que a de avental branco, além do significativo percentual de comprometimento do descenso noturno.

Palavras Chave

Transplante, Transplante Renal, Pressão Arterial, Hipertensão Arterial, Monitorização Ambulatorial, MAPA.