Dados do Trabalho


Título

PERFIL E EVOLUÇAO DOS PACIENTES SUBMETIDOS A TRANSPLANTE RENAL, DOADOR FALECIDO, POR UMA EQUIPE DE TRANSPLANTE DE SANTA CATARINA, NO ANO DE 2017

Introdução

Nos últimos anos nos EUA, a qualidade renal do doador falecido é determinada pelo cálculo do Índice de Perfil de Doador de Rim (KDPI), que leva em consideração critérios como idade, comorbidades, raça e creatinina do doador. O resultado varia de 0 a 100%, sendo que quanto maior o seu valor, menor a expectativa de sobrevida e funcionalidade do enxerto. Este estudo visa avaliar a evolução ao longo de um ano dos pacientes submetidos a transplante renal, doador falecido, por uma equipe transplantadora do norte de Santa Catarina no ano de 2017, comparando critérios como o KDPI, a indução medicamentosa utilizada, complicações infecciosas e desfecho ao final de um ano.

Material e Método

Foram avaliados os prontuários dos 74 pacientes submetidos a transplante renal, doador falecido, no ano de 2017. As variáveis analisadas foram sexo, idade, causa da doença renal, tempo de diálise, KDPI dos doadores, número de sessões de diálise no pós transplante, função retartada do enxerto, creatinina 3 meses, 6 meses e 1 ano após o transplante e desfecho ao final do primeiro ano.

Resultados

Dos 74 pacientes avaliados, 74% eram homens; a idade média dos receptores era de 46 anos (± 14,3). 21,6% dos pacientes tinham como diagnóstico nefropatia de causa desconhecida, seguida de 18,9% de nefropatia hipertensiva e 17,6% de nefropatia diabética. 81% eram previamente hipertensos e 18% eram hipertensos e diabéticos. O tempo médio de isquemia fria foi de 20,95 horas (±3,5h), o número médio de sessões de hemodiálise pós transplante foi de 3,35 (±3,4)sessões, com uma DGF média de 8,2 dias (±9,6 dias). 64% dos pacientes receberam indução com Basiliximab. 43% dos pacientes transplantados apresentaram infecção pelo CMV, não havendo significância estatística com relação a terapia de indução (56% deles induzidos com basiliximab x 44% induzidos com timoglobulina). O mesmo pode-se dizer quanto a infecção pelo poliomavírus. Os doadores foram avaliados usando o KDPI e agrupados em dois grupos: KDPI 1 < 50% e KDPI 2>50%, sendo que houve significância estatísticas entre as medianas de creatinina nos dois grupos após 3 meses (KDPI 1 1,3 x 1,5 KDPI2 p=0,029), após 6 meses (KDPI 1 1,2 x 1,6 KDPI2 p=0,02) e após 12 meses (KDPI 1 1,2 x 1,5 KDPI2 p=0,026). No 1º ano 6,8% dos pacientes foram a óbito, sendo 60% deles por causas infecciosas. 5,4% dos pacientes perderam o enxerto, 6,8% foram transferidos para outro serviço e 81% seguem em acompanhamento.

Discussão e Conclusões

Dos critérios avaliados, KDPI mostra-se o melhor preditor da evolução do tx renal.

Palavras Chave

transplante renal, KDPI, indução, basiliximab, timoglobulina

Área

Transplante

Instituições

Fundação Pró Rim - Santa Catarina - Brasil

Autores

Marina Almeida Abritta Hanauer, Jyana Gomes Moraes Campos, Fabiana Baggio Nerbass, Rodrigo Coelho Oliveira, Matheus Coelho Oliveira