Dados do Trabalho


Título

MONITORAMENTO DO ACESSO ARTERIOVENOSO PARA HEMODIALISE EM PORTUGAL: DA FORMAÇAO A PRATICA CLINICA DOS ENFERMEIROS

Introdução

O acesso arteriovenoso (AAV) é determinante na vida da pessoa em hemodiálise, recomendando-se programas sistemáticos de monitoramento, constituídos pelo exame físico do AAV e avaliação de evidências clínicas para detectar sinais precoces de disfunção. Face à especificidade destas práticas, o objetivo deste estudo é descrever o percurso formativo e a prática clínica de enfermeiros portugueses no que tange ao monitoramento do AAV.

Material e Método

Estudo quantitativo, exploratório-descritivo, com a participação de 63 enfermeiros atuantes em serviços de diálise portugueses. A coleta de dados ocorreu entre janeiro e março/2019, por meio de questionário eletrônico enviado aos enfermeiros-chave e amostragem pela técnica bola de neve.

Resultados

Observou-se predomínio do sexo feminino 39 (61,9%); de solteiros 31 (49,2%), média de idade 37 anos (9,03); 43 (68,3%) cursaram licenciatura, 14 (22,2%) pós-licenciatura e 4 (6,3%) especialização em Enfermagem em Nefrologia. Quanto à formação sobre AAV, essa deu-se, predominantemente, com os pares de profissão 49 (77,8%) e em cursos teórico-práticos 41 (65,1%). A maioria 47 (74,6%) atua em empresas multinacionais e 44 (69,8%) contam com programa de capacitação formal no serviço. Referente à avaliação das evidências clínicas, 57 (90,5%) monitoram o tempo de hemostase, 49 (77,8%) dificuldade de punção, 47 (74,6%) fluxo sanguíneo, 38 (60,3%) hematomas persistentes e 25 (39,7%) dor na punção. Quanto às etapas preconizadas para o exame físico, 63 (100%) realizam palpação, 60 (95,%) inspeção, 53 (84,1%) ausculta do sopro, 47 (74,6%) teste de elevação do braço e 32 (50,8%) teste de aumento de pulso. A maioria (54%) afirmou não ter dificuldades para realizar o exame físico. Dentre as dificuldades, 20 (31,7%) apontaram sobrecarga de trabalho, 16 (25,4%) falta de autonomia, 14 (22,2%) excesso de atividades burocráticas e 16 (20,6%) número insuficiente de enfermeiros.

Discussão e Conclusões

Nota-se um número incipiente de enfermeiros com formação específica em Enfermagem em Nefrologia; para a maioria o aprendizado ocorre durante a prática profissional. Grande parte dos serviços oferece programas de capacitação, preocupando-se com a qualificação profissional, o que poderá repercutir no cuidado seguro. As dificuldades referidas para realização do exame físico vinculam-se, sobretudo, às condições de trabalho. Os resultados parciais indicam a necessidade de promover ações formativas específicas e melhorias no ambiente de trabalho, com vistas a consolidar as práticas de monitoramento.

Palavras Chave

Fístula arteriovenosa; Monitoramento; Capacitação de recursos humanos em saúde.

Área

Multiprofissional: Enfermagem

Instituições

Escola de Enfermagem, Universidade de São Paulo. - São Paulo - Brasil, Escola Superior de Enfermagem do Porto. - - Portugal, Universidade Federal do Espírito Santo - Espírito Santo - Brasil

Autores

Andressa Garcia Nicole, Clemente Sousa Neves, Daisy Maria Rizatto Tronchin, Marta Maria Melleiro, Alexandre Souza Morais