Dados do Trabalho


Título

PERITONITE ESCLEROSANTE ENCAPSULANTE: RELATO DE CASO

Introdução

Peritonite esclerosante encapsulante é uma rara complicação sem etiologia, em que o peritônio passa por constante processo inflamatório até a sua transformação em um tecido fibroso.

Material e Método

Informações contidas em prontuário, entrevista com paciente, registro fotográfico dos métodos diagnósticos e revisão da literatura.

Resultados

Paciente do sexo feminino, 58 anos, com histórico de doença renal crônica há 26 anos secundária a Hipertensão arterial sistêmica. Submetida à diálise peritoneal com cicladora (DPA) por 18 meses e aos 36 anos de idade foi submetida a um transplante renal. Após 11 anos retornou para diálise na modalidade DPA onde permaneceu por 12 anos.
Em dezembro de 2018, iniciou quadro de dor abdominal e náusea. Exame físico com dor abdominal difusa e sinais flogístico no cateter de tenckhoff. Diagnóstico de sepse com foco abdominal. Retirado cateter de tenckhoff e passado cateter de hemodiálise. Adotado meronem e vancomicina e após 45 dias apresentou melhora clinica e normalização laboratorial. Submetida a Tomografia de abdome, evidenciado calcificação diafragmática, gordura mesentérica perigástrica e alças colônicas confirmando o diagnóstico de peritonite esclerosante encapsulante (PEE). Complementação com Ressonância Magnética mostrando espessamento dos planos peritoneais, alças intestinais e parede compatível com calcificação e processo suboclusivo, Lesão renal Bosniak III e nódulo renal, investigação das causas de PEE, paciente foi abordada sobre quadro de peritonite prévia, e negou episódio anterior de dor abdominal e liquido peritoneal turvo. Submetida a tratamento clínico conservador à PEE, seguindo de alta hospitalar após melhora clininca. Passados 10 dias, retorna com mesmo quadro e investigação laboratorial identificou infecção de corrente sanguínea por Pseudomonas aeruginosa, seguiu-se terapêutica adequada com linezolida e meronem, porém por persistência da febre, em análise do liquido peritoneal identificando co-infecção por Enterococcus faecium. Apresentou recidiva do quadro de suboclusão intestinal recebendo tigeciclina, meronem e teicoplamina sem clínica, evoluindo a óbito em 27.04.19.

Discussão e Conclusões

Relatos na literatura, descreve que aproximadamente 19,5% de pacientes em DPA há mais de 8 anos evoluem com PEE após longa exposição do peritônio a solução dialisadora, com recidiva de 25% dos paciente em 12-24 meses assim como no caso descrito.

Palavras Chave

Doença renal crônica, peritonite esclerosante encapsulaste, diálise peritoneal

Área

Nefrologia Clínica

Instituições

Hospital beneficencia portuguesa de são paulo - São Paulo - Brasil

Autores

Elisa Carneiro De paula, Daphnne C Vera, Tereza L B Fakhouri, Esteferson Rodrigues, Tania Leme R Martinez, Anita L R Saldanha, Vitoria Gascon Hernandes, Gustavo C Pontes, Bruno C Abdala, Henrique A Fonseca