Dados do Trabalho


Título

ANEURISMA DA ARTERIA RENAL: UM CONHECIMENTO PARA O NEFROLOGISTA

Introdução

O aneurisma da artéria renal (ARR) é uma evento raro, cuja prevalência na literatura varia entre 0,01% e 1%. Com o avanço dos métodos diagnósticos por imagem como ultrassonografia, angiotomografia e angioressonância, o diagnóstico desta entidade torna-se frequentemente incidental. A etiologia permanece desconhecida, embora sejam reconhecidos alguns fatores de risco associados, como hipertensão arterial sistêmica em 70% dos casos, sexo feminino, aterosclerose, a displasia fibromuscular, trauma renal fechado, as doenças do tecido conjuntivo como arterite de Takayasu e as doenças congênitas do colágeno de tipo vascular como a Síndrome de Marfan.

Material e Método

Descrever um caso sobre aneurisma de artéria renal enfatizando a importância do seguimento clínico e as indicações de abordagem cirúrgica.

Resultados

M.R.L.D, feminino, 66 anos, HAS, DM, DLP em uso de losartana 50mg 1xdia, hidrocloratiazida 25mg 1xdia, Atenolol 50mg 1xdia, Metformina XR 500mg 2xdia, Trayenta 5mg 1x dia, AAS 100 mg 1xdia, Rosuvastatina 10mg 1x dia, vem encaminhada do pneumologista com angiotomografia protocolo TEP negativo e achado adicional na transição toracoabdominal de dilatação aneurismática no terço distal da artéria renal direita, medindo 1,1 x 0,7 cm (plano axial). Paciente assintomática, PA 140x80 mmHg, com exames complementares Hb 13,2 g/dL; Cr 0,82 mg/dL; Ur 44 mg/dL; Urina 1 dentro da normalidade, Relação proteína/creatinina zero, Colesterol total 231 mg/dL; LDL 142 mg/dL, Hb glicada 7,1%.

Discussão e Conclusões

Embora a história natural do AAR seja desconhecida e os sintomas inexistentes ou inespecíficos como hipertensão resistente, hematúria ou desconforto abdominal. As complicações de fístula arteriovenosa, o infarto renal secundário a eventos embólicos e eventual dissecção ou ruptura são relatados em 5-10% dos casos levando a elevada taxa de morbimortalidade. Deste modo, existe um consenso geral na literatura de que os ARR devem ser abordados cirurgicamente nos casos: (1) pacientes sintomáticos; (2) mulheres gestantes ou idade fértil; (3) embolização distal documentada; (4) associação com estenose significativa e má perfusão renal; (5) pacientes assintomáticos com aneurisma > 2 cm; (6) crescimento aneurismático documentado. O estudo detalhado com angiotomografia ou arteriografia da vascularização renal e localização do aneurisma determina a escolha da técnica cirúrgica. Nos últimos anos, o tratamento endovascular tem sido descrito como prioritário em detrimento ao convencional.

Palavras Chave

Hipertensão arterial, Aneurisma, Artéria renal

Área

Hipertensão

Instituições

Universidade de Santo Amaro - São Paulo - Brasil

Autores

Anderson Simabuco Kohatsu, Andre Luiz Fonseca Potratz, Graziella Malzoni Leme, Carolina Camargo Ferraz Oliveira, Lígia Cortez Coracini , Karolayne Camara de Barros, Fábio Aguiar Castellani, Julio Abdala Calil Filho