Dados do Trabalho
Título
PROTESE AXILO-AXILAR COM PTFE PARA HEMODIALISE: EXPERIENCIA DO PRIMEIRO CASO NO NORDESTE DO BRASIL
Introdução
O acesso vascular (AV) está diretamente relacionado a sobrevida dos pacientes em hemodiálise (HD). Ao longo dos anos, uma parcela destes pacientes evolui com falência de AV por diversas causas, gerando a busca de novas opções para manutenção do tratamento dialítico. Sendo assim, o implante de alça axilo-axilar com prótese de politetrafluoretileno (AAA-PTFE) pode se tornar uma alternativa.
Material e Método
Relatar a experiência com a confecção de AAA-PTFE em uma paciente com falência de AV em HD.
Resultados
Mulher de 50 anos, em terapia dialítica desde 2002, devido a nefrite lúpica. Em 2014, após 3 fístulas arteriovenosas (FAV) com falência primária por trombose e múltiplos sítios de estenose venosa central, foi convertida para diálise peritoneal (DP) devido à dificuldade de AV. Em 2017, após diversas peritonites e falência de DP, retornou para HD após implante de cateter tunelizado de longa permanência transhepático. Evoluiu com episódios de infecções recorrentes relacionadas ao cateter e disfunção do mesmo, sendo confeccionada AAA-PTFE em dezembro de 2018. A primeira punção da prótese foi realizada no quarto dia pós-operatório e, exceto pela dor referida pela paciente durante as punções, as sessões de HD subsequentes ocorreram sem intercorrências.
Após 4 meses, a paciente apresentou choque séptico secundário a infecção de prótese. À abordagem cirúrgica vascular, evidenciou-se moderada quantidade de secreção purulenta periprótese e trombos oclusivos. A prótese foi removida e não houve mais sucesso para implante de cateter venoso central. Embora mantida perfusão do membro, evoluiu sem superação do quadro séptico e sem possibilidade de novo AV, falecendo após quatro dias.
Discussão e Conclusões
A AAA-PTFE consiste na exposição da artéria axilar com a interposição de uma prótese de PTFE, implantada no tecido subcutâneo do tórax, onde são realizadas as punções para HD. O acesso arterial para HD não é um procedimento novo, mas é pouco usado por ser traumático e com riscos de diversas complicações, necessitando habitualmente de abordagens cirúrgicas com urgência por tratar-se de um vaso arterial. Deve-se ter cuidados específicos nesses casos, como não infundir medicamentos ou fluidos na alça e não utilizar altos fluxos de sangue (>400ml/min) por possibilidade de dor de reperfusão no membro relacionado a alça.
Apesar do rápido desfecho com trombose e infecção de AAA-PTFE em quatro meses, a sobrevida desse AV pode chegar a 75% em um ano, podendo ser uma opção aceitável para casos extremos de falência de AV .
Palavras Chave
Doença renal crônica / Fístula arteriovenosa /
Área
Doença Renal Crônica
Instituições
HC - UFPE - Pernambuco - Brasil
Autores
DENISE MARIA NASCIMENTO COSTA, AIRLEY WENDEL MATIAS ALVES SILVA, LEANDRO VASCONCELOS ANDRADE, NARA LINS FERREIRA WANDERLEY GOMES, JULIA BRAGA VAZ, WENDELL FERNANDES, LARISSA BRITO, ANDRE ROGERIO KOBAYASHI, ALLAN LEMOS MAIA, ESDRAS MARQUES LINS, GISELE VAJGEL, LUCILA MARIA VALENTE