Dados do Trabalho
Título
TRATAMENTO DE HIPERPARATIROIDISMO SECUNDARIO GRAVE COM PARICALCITOL EM CRIANÇA COM DOENÇA RENAL CRONICA EM HEMODIALISE.
Introdução
A perda da função renal compromete a excreção de fósforo(P) e a síntese de calcitriol favorecendo o acúmulo de P e o aumento do paratormônio (PTH) com desenvolvimento de hiperparatiroidismo secundário (HPS). Nas crianças com Doença renal Crônica esses distúrbios costumam ser severos comprometendo o crescimento, aumentando as deformidades, as fraturas e piorando a qualidade de vida.
Material e Método
Descrevemos o caso de um paciente de 4 anos, com DRC secundária a doença renal policística autossômica recessiva (DRPAR) tratado com diálise peritoneal do nascimento até os 3 meses de vida, e desde então em hemodiálise diária. Apresentava outras comorbidades: comunicação interatrial, broncodisplasia pulmonar, hipertensão pulmonar, hipertensão arterial e miocardiopatia dilatada. Evoluiu com Hiperparatireoidismo secundário refratário a terapia com calcitriol endovenoso, mantendo PTH em ascensão chegando a 1753 pg/m.L. Evoluiu com inúmeras fraturas, com quadro álgico intenso e total imobilidade. O Usom da paratireoide mostrou áreas nodulares hiperecogênicas no pólo inferior de ambos os lobos, e a cintilografia de paratireóide com MIBI mostrou hiperconcentração do radiotraçador A paratireoidectomia foi contraindicada pelas diversas comorbidades do paciente. Após introdução do Paricalcitol o controle laboratorial do Cálcio e fósforo foram semanais e do PTH quinzenal.
Resultados
No inicio da terapia com Paricalcitol os níveis séricos de PTH eram de 3380 pg/mL a dose inicial foi de 5 ucg/dia (0,94 ucg/kg) aumentada para 7,5 ucg/dia (0,88 ucg/kg/dia). Após um mês os níveis de PTH diminuíram para 1510 pg/mL quando então aumentamos a dose do Paricalcitol para 10 ucg/dia(1,17 ucg/kg/dia) controlando os níveis séricos do PTH entre 200 -400 pg/m por 8 meses,. controle radiológico revelou consolidação das fraturas e a melhora clinica da criança foi considerável. Apresentou novo pico de elevação PTH até 1783 pg/ml aumentado paricalcitol para 15μg/ dia (1,4 μg/kg/dia) com melhora e queda do PTH , exame controle 97pg/ml
Discussão e Conclusões
O paracalcitol em altas doses foi eficaz no tratamento do HPS secundário grave, sem efeitos secundários e considerado uma alternativa fundamental para um paciente com comorbidades que impediam a paratireoidectomia, evitando novas fraturas e possibilitando melhora da qualidade de vida.
Palavras Chave
Paracalcitol, Hiperparatireoidismo secundario
Área
Nefrologia pediátrica
Instituições
Hospital Américas Samaritano - São Paulo - Brasil
Autores
Simone Vieira, Maria Fernanda Carvalho Camargo, Cristina Lucia Henriques, Pollyanna Santos Pacheco, Karina Melo Macedo, samanta Loraine Bergamo Laires, Vanda Jorgetti