Dados do Trabalho


Título

HIPOTENSAO INTRA-DIALITICA E GEOMETRIA DE VENTRICULO ESQUERDO EM PACIENTES PEDIATRICOS EM HEMODIALISE CRONICA

Introdução

A hipotensão intradialítica (HI) é a complicação mais comum durante a sessão de hemodiálise (HD), correlacionando-se com o acometimento cardiovascular, principal causa de morbi-mortalidade em pacientes com Doença Renal Crônica (DRC) em diálise.

Material e Método

Análise do registro de todas as sessões de HD pediátrica crônica no período de 1 ano (março/18 a fevereiro/19). Protocolo de HD: Tempo da sessão: 4 horas; 3 a 6 sessões/semana; temperatura do dialisante: 36,5oC; taxa de ultrafiltração (tUF): 0-13ml/kg/hora, sem utilização de perfil de sódio e/ou UF, e com extensão do tempo de sessão em até 5 horas quando paciente está hipervolêmico, respeitando-se a tUF. São oferecidas refeições individualizadas durante a sessão. Ecocardiograma é realizado anualmente, ou a cada 6 meses se alterado. Alvo de hemoglobina: 10 – 12g/dL. Foi considerada hipotensão intradialítica (HI) a queda da pressão arterial sistólica ≥ 20 mmHg e/ou da pressão arterial média ≥ 10 mmHg associada a sintomas, conforme definição do KDOQI.

Resultados

Foram realizadas 3733 sessões em 27 pacientes, sendo 19 meninos (70%). A idade média foi de 9,9 anos (DP 5,5 anos). As causas de DRC foram: 10 (37%) CAKUT, 9 (33%) glomerulopatias, 3 (11%) cistinose nefropática, 5 (18%) outras causas. Em 2,5 % (94/3733) das sessões, 17 pacientes (63%) apresentaram HI. As medidas realizadas para tratar a HI foram: 1- interrupção da sessão: 14/94 (15%); 2- expansão com soro fisiológico: 9/94 (9,5%); 3- interrupção da UF: 42/94 (44%), sendo retomada em 1 caso. Nenhum paciente foi internado devido a HI. 10/17 pacientes que apresentaram HI (58,8%) apresentaram alteração de GVE, mesma alteração encontrada em 5/10 pacientes (50%, p=0,7) que não apresentaram o episódio. Não foi observado disfunção sistólica em nenhum paciente. 10/17 pacientes com HI e 10/10 dos demais usavam medicações anti-hipertensivas.

Discussão e Conclusões

Houve baixa incidência de episódios de HI como consequência dos cuidados com a tUF, da possibilidade de sessões de HD mais frequentes e das demais medidas realizadas. Ainda assim, a alteração de GVE foi observada em grande parte dos pacientes. Além de avaliação de outros fatores que contribuem para alteração da GVE, a avaliação precisa do peso seco e métodos de monitorização contínuos de volemia poderiam melhorar a sensibilidade para alterações sutis da volemia, podendo ter impacto no prognostico cardiovascular.

Palavras Chave

hipotensão intradialítica, geometria de ventriculo esquerdo, Hemodialise cronica, Pediatria

Área

Nefrologia pediátrica

Instituições

Unidade de Nefrologia Pediátrica - Instituto da Criança e do Adolescente - São Paulo - Brasil

Autores

Tatiana Sugayama de Paula, Juliana Dias Scher, Rosana Sbruzzi Laurino, Flavia Modanez, Luciano Alvarenga dos Santos, Gabriela Nunes Leal, Andreia Watanabe