PRODUÇAO DE ALIMENTOS DA TERRA: O PAPEL DA VIGILANCIA SANITARIA COMO INDUTORA DAS BOAS PRATICAS
Por se tratar de uma nova experiência da Vigilância Sanitária em seu campo de atuação, juntamente aos produtores de alimentos artesanais, pautada pela RDC Nº 49/2013, propondo definir o processo de trabalho da vigilância sanitária, voltado à educação em saúde às boas práticas para os produtores de alimentos, reconhecendo a falta de ações desenvolvidas especificamente para este setor regulado, que é formado por pessoas de baixa renda e escolaridade e que acabam por trabalhar na clandestinidade por falta de informações. Neste contexto, o projeto buscou regularizar os microempreendedores individuais e agricultores familiares, junto à fiscalização sanitária municipal, com intuito de cadastrar, orientar, inspecionar e capacitar os envolvidos a produzir alimentos confiáveis com segurança sanitária. Também engloba monitorar a qualidade dos alimentos produzidos, através da coleta de amostras dos produtos a serem encaminhadas para análise laboratorial no LACEN.
Assim, em tempo de crise econômica promove a inclusão sanitária de um setor responsável pela produção de alimentos com características culturais regionais, preservando hábitos e costumes locais.
Sim. O projeto estava restrito aos produtores que comercializavam nas feiras-livres, mas acabou sendo desenvolvido para todos os produtores de alimentos artesanais, devido à inconstância na realização das feiras-livres e a percepção de uma grande comercialização de produtos através das redes e mídias sociais.
Foram incluídas ações em conjunto com a área de educação para a formação de multiplicadores da informação sobre os alimentos artesanais na comunidade escolar.
Foi possível aperfeiçoar o processo de trabalho da vigilância sanitária promovendo a segurança sanitária e prevenindo riscos aos consumidores, já que o produtor de alimentos artesanais, que na maioria das vezes trabalha na informalidade teve a oportunidade de se apropriar e ressignificar os saberes, considerando as práticas do cotidiano e transformando a sua realidade
Sim. Foi possível identificar a melhoria nas condições de produção dos alimentos artesanais e no conhecimento dos produtores elevando a qualidade sanitária dos produtos ofertados, melhorando a apresentação, a embalagem e a rotulagem de acordo com a legislação. Todo o processo levou ao produtor identificar a vigilância sanitária como um parceiro para seu desenvolvimento.
Os obstáculos foram o temor do produtor diante da vigilância Sanitária, falta de conhecimento de sua atuação e a dificuldade de firmar parcerias para a execução de ações do projeto por se tratar de município de pequeno porte.
Os elementos facilitadores foram o apoio das equipes de saúde (ESF, NASF, Vigilância Epidemiológica, laboratório clínico) e os professores no desenvolvimento das ações do projeto.
A dedicação, empenho e determinação da equipe foram essenciais para a execução de todas as atividades e ações do projeto, juntamente com a vontade de transformar a situação inicial instalada.
Identificar que os produtores artesanais tem buscado a vigilância sanitária para a regularização e que contam com o apoio nas várias etapas do processo reduzindo a informalidade.
Os produtos licenciados podem ser comercializados nos estabelecimentos locais atendendo as exigências sanitárias com segurança, mantendo as características culturais nos hábitos alimentares.
A ação educativa nas escolas permitiu a formação de multiplicadores de informação sobre o consumo dos alimentos artesanais inspecionados.
GVISA - Gestão da Vigilância Sanitária
IEP/HSL - Mato Grosso do Sul - Brasil
CRISTINA ARAUJO PEZZINI, Lea Fabiana Antônio Frei, Elizete da Rocha Vieira de Barros, William Gonçalves