Dados do Trabalho


Título

HEMATOMA SUBPERIOSTEAL DE ÓRBITA PÓS TRAUMÁTICO EM LACTENTE – RARA CONDIÇÃO

Introdução

O HSPO corresponde a menos de 1% das lesões orbitárias expansivas em crianças, sendo complicação ainda mais rara quando relacionada ao traumatismo cranioencefálico que se dá pela lesão dos vasos sanguíneos subperiosteais ou como extensão do hematoma subgaleal e consequente formação de hematoma entre osso e periósteo, sendo a principal causa de síndrome compartimental dentro da órbita.

Método

Relato de caso de paciente do sexo masculino, nove meses, levado pelos pais após cinco dias de TCE por queda acidental de plano elevado (cama) em domicílio com 1,2 metro de altura
Ao exame segmento cefálico apresentava simetria de crânio e face, presença de hematoma em pálpebra superior direita; sem sinais flogísticos, secreção ou lacrimejamento; acompanhado de paresia da movimentação ocular extrínseca vertical no olho direito e pupilas isocóricas sem defeito aferente. Fundoscopia sob midríases evidenciou papila ótica com escavação fisiológica, sem alteração ao nível dos vasos retinianos ou maculares. Choro após palpação do local sugerindo dor.

Resultados

A tomografia computadorizada de crânio e órbita foi realizada após 13 dias do trauma e foi evidenciada lesão hiperdensa de aspecto biconvexo no na porção frontal do teto orbitário direito, deslocamento vertical inferior do bulbo ocular direito e ausência de fratura do teto orbitário. Adotada conduta conservadora através da prescrição de Nimesulida, 10 gotas de 12/12 h 10 dias e observação semanal quanto à evolução do quadro. Quatro meses após o trauma observamos a redução absoluta do edema e substancial da ptose. Destacamos que uma pequena diferença na abertura ocular pode ser considerada normal e até mesmo constitutiva.

Conclusões

A conduta expectante em lactentes com hematoma subperiosteal de órbita é indicada, por pelo menos um mês, nos casos em que o volume do hematoma seja insignificante. Como o paciente ainda não é capaz de informar se há prejuízo da acuidade visual; a dor a palpação, desenvolvimento de doenças associadas e deslocamento do globo ocular, são fatores determinantes para verificar se há absorção espontânea do hematoma. Faz-se necessário o acompanhamento com exames de imagem, a Tomografia de Crânio define com grande precisão a extensão da lesão e nos permite verificar sua involução.

Área

RELATO DE CASO

Instituições

PUCPR - Paraná - Brasil

Autores

CELSO CASELA JUNIOR, LAIS YUNIS CASELA, ISABELA RIBEIRO COLMIRAN, ISABELLA CUNHA DA SILVA