Dados do Trabalho


Título

Perfil epidemiológico das internações por glaucoma no Brasil (2015-2018)

Introdução

O glaucoma é uma doença crônica considerada um problema de saúde pública e uma das principais causas de cegueira irreversível no mundo. A falta de conhecimento sobre a doença, o não entendimento de como usar o colírios, a dificuldade de acesso ao serviço de saúde especializado e a dificuldade de comunicação com a equipe de saúde são fatores que podem resultar na não adesão ao tratamento. Nisso sentido, é provável que o quadro leve à progressão do doença e a consequências graves, como a aumento do número de hospitalizações e cegueira. O objetivo deste estudo é caracterizar epidemiologicamente as internações por glaucoma notificadas no Brasil.

Método

Trata-se de um estudo quantitativo e retrospectivo. Foi utilizado o banco de dados do SIH/DATASUS (Sistema de Informações
Hospitalares/Departamento de Informática do Sistema Único de Saúde); dados epidemiológicos e de morbidade do SUS, por local de internação, a partir de Janeiro de 2008. A população foi constituída por casos notificados de internações por glaucoma no Brasil e por região brasileira no período de janeiro de 2015 a dezembro de 2018. As variáveis analisadas incluíram: sexo, faixa etária, cor/raça, região, ano do atendimento, caráter do atendimento e regime de internação. Em seguida, os dados foram processados e analisados no Tabwin (DATASUS) e Microsoft Excel 2010.

Resultados

No período coletado, obteve-se 18.826 notificações de internações por glaucoma no Brasil. Deste total, são 45% Sudeste, 25% Nordeste, 20% Sul, 8% Norte e 1% Centro-oeste. Bem como 51% eram do sexo masculino; 37% apresentaram-se em relação à cor/raça sem informação, 31% branca, 23% parda e 6% negra. Dos atendimentos ocorridos, 79% foram eletivos e 83% foram declarados ignorados quanto ao regime de atendimento, se público ou privado.

Conclusões

Há um número elevado de internações por glaucoma no Brasil, com predomínio casos na região Sudeste, apesar do conhecimento da presença de subnotificações e casos existentes ainda não detectados. De acordo com a cor/raça, a segunda mais evidenciada foi a branca, diferentemente de estudos que relacionam o negro como fator de risco. O caráter de atendimento eletivo predominou que pode ser explicado pelo caráter insidioso e progressivo da doença. Observa-se, portanto, que o estudo permitiu identificar o perfil das internações por glaucoma no país, promovendo subsídio para prevenção dos agravos e para o diagnóstico e tratamento precoce a fim evitar as complicações da doença.

Área

TRABALHO CIENTÍFICO

Instituições

FACULDADE DE MEDICINA NOVA ESPERANÇA - Paraíba - Brasil

Autores

THALES ARAUJO FERREIRA, FERNANDA LUCENA ROCHA, THAINA CAVALCANTE MILANÊS, YANA BALDUINO ARAUJO