Dados do Trabalho


Título

CELULITE ORBITÁRIA SECUNDÁRIA À RINOSSINUSITE AGUDA: RELATO DE CASO.

Introdução

As complicações mais comuns da rinossinusite são as orbitárias. A celulite orbitária é um quadro agudo, extremamente grave, originando-se por extensão da infecção de tecidos vizinhos, trauma ou via hematogênica. Na celulite pré-septal há o acometimento dos tecidos moles das pálpebras e periorbital superficial apresentando-se como edema e o eritema da região, sem que haja o envolvimento da órbita e do globo. Já a celulite pós-septal acomete estruturas posteriores ao septo orbitário, atingindo músculo, gordura e globo ocular, manifestando-se como dor aos movimentos oculares, proptose, oftalmoplegia, diplopia e quemose. O envolvimento do espaço epidural e subdural por continuidade aumenta significativamente a morbimortalidade. O presente relato descreve o caso do paciente de 16 anos com quadro clínico de rinossinusite bacteriana que evoluiu para celulite grave, visando alertar sobre as possíveis complicações existentes e a necessidade da abordagem multidisciplinar.

Método

Este trabalho consiste em um relato de caso, baseado na análise do prontuário de paciente com complicação grave de sinusite, tratado na Santa Casa de Araraquara no ano de 2019. Este foi submetido ao Comitê de Ética em Pesquisa da Universidade de Araraquara (CAAE: 11160419.4.0000.5383).

Resultados

Paciente masculino de 16 anos, apresentou um quadro de rinossinusite bacteriana típica com evolução para edema periorbital importante. A tomografia computadorizada evidenciou celulite orbitaria septal e pré-septal esquerda com extensão para seios da face e espaço epidural frontal. Diante do diagnóstico, optou-se por drenagem inicial da orbita esquerda e antibioticoterapia endovenosa com Clindamicina e Ceftriaxone. Tais medidas mostraram-se ineficazes, mesmo com posterior drenagem endoscópica de coleção em seio maxilar e frontal, justificando a necessidade de intervenção cirúrgica por uma equipe multidisciplinar, composta por neurocirurgião, otorrinolaringologista e cirurgião bucomaxilofacial, com resolução do quadro infeccioso.

Conclusões

O tratamento da celulite orbitária consiste na avaliação oftalmológica e antibioticoterapia endovenosa. A ausência de melhora impõem a intervenção de uma equipe multiprofissional para drenagem por via endovenosa. No caso apresentado, os profissionais envolvidos: neurocirurgião, otorrinolaringologista e cirurgião bucomaxilofacial, realizaram a drenagem endoscópica do seio maxilar e acesso bicoronal para drenagem do seio frontal, drenagem de empiema e cranialização do seio frontal.

Área

RELATO DE CASO

Instituições

Santa Casa de Misericórdia de Araraquara - São Paulo - Brasil, Universidade de Araraquara - São Paulo - Brasil

Autores

Gabriel Lucas Martins, Geovana Andressa Viudes, Gabriel Montanha Pereira, Henrique Sanctis Santarém, Matheus Fernando Manzolli Ballestero, Bianca Roberta Nesso, Valfrido Antonio Pereira Filho, Marcos Marques Rodrigues