Dados do Trabalho


Título

O desafio do seguimento no paciente com suspeita de glaucoma

Introdução

O presente relato de caso tem por finalidade a apresentação de um caso clínico frequente no consultório de oftalmologia, todavia de difícil manejo. Desta maneira, dada sua importância temática se trouxe à luz da discussão a complicação enfrentada pelo médico oftalmologista nos casos em que há uma dificuldade diagnóstica de glaucoma aberto de início precoce

Método

Como material de apoio ao caso utilizou-se os exames realizados pelo paciente em consultório, entre dezembro de 2017 até abril de 2019, considerando-se os exames de fundoscopia de olho, campimetria, paquimetria, PIO em medidas de tonometria de aplanação (Tono Pen) e de Goldmann em horários distintos, teste de sobrecarga hídrica e OCT em momentos diferentes.

Resultados

Paciente apresentava apenas como fator de risco a história familiar positiva (pai com amaurose unilateral). Observou-se uma diminuição das fibras do nervo óptico em região temporalizada em ambos os olhos. Todavia, na campimetria, o paciente apresentou melhora com a replicação do exame e com a substituição do aplicador com pouca experiência por um de maior conhecimento. Na paquimetria ele houve uma média de 545 µm na região central.Já na OCT paciente apresentou nos exames de 2018 em OD limites borderline e em OE fora dos limites normais. Já na tonometria de aplanação (Tono Pen) e de Goldmann paciente manteve uma média de 13 mmHg em ambos olhos, em uma mensuração seriada em horários diversos. Quanto à média de sua PIO, ao longo do acompanhamento do paciente notou-se uma manutenção da pressão abaixo do valor limítrofe tendo apenas um pico eventual no mês de maio de 2018 (OE 17 mmHg e OD 16 mmHg) e uma redução em outubro, após o uso de Combigan® devido ao aumento pressórico após uma FACO.

Conclusões

A hipótese diagnóstica de glaucoma de ângulo aberto de início precoce fora levantada, pois paciente apresentava histórico familiar positivo. Contudo, se faz necessário ressaltar a dificuldade do médico oftalmologista em diagnosticar um glaucoma de ângulo aberto de maneira ainda preliminar e sobretudo acompanhar os casos de suspeita, sem diagnóstico confirmatório. Essa dificuldade visto ser o exame de campo visual (campimetria), ainda muito operador dependente e também sofrer viés devido a adaptabilidade do paciente ao exame gerando, portanto, uma dúvida acerca da efetividade do exame isoladamente, sendo necessário a associação de exames e o acompanhamento contínuo do paciente.

Área

RELATO DE CASO

Instituições

Centro Universitário Estácio de Ribeirão Preto - São Paulo - Brasil

Autores

Pedro Paulo Ferreira Bozzo, Sheila A Paula Cecchetti, Maria Lúcia Habib, Luciana Morais Vicente