Dados do Trabalho


Título

AVALIAÇÃO CLÍNICA DOS PACIENTES SUBMETIDOS AO IMPLANTE DO TUBO DE SUSANNA UF

Introdução

O glaucoma é a segunda maior causa de cegueira mundial, superado apenas pela catarata. Dentre os diversos fatores de risco encontrados, destaca-se a pressão intraocular. O controle dos níveis tensionais pode ser conquistado através de medidas farmacológicas ou intervencionistas. Quando medidas cirúrgicas precisam ser utilizadas, pode-se fazer uso da terapia de implante de tubos de drenagem, como o Tubo de Susanna UF. Sendo assim, o objetivo desse trabalho foi avaliar a eficácia, segurança e aplicabilidade do tubo de Susanna implantado em pacientes com glaucoma.

Método

Estudo observacional descritivo, realizado por meio da avaliação de 146 olhos de 146 pacientes submetidos ao implante do tubo de Susanna, entre os meses de maio de 2017 e outubro de 2018, na Fundação Altino Ventura, Recife-PE, Brasil. A eficácia foi avaliada através da análise da taxa de sucesso, a qual foi definida como sendo o valor da pressão intraocular (PIO) 6 mmHg e 22 mmHg e/ou quando houve redução de, no mínimo, 20% da PIO basal no acompanhamento pós-operatório. A taxa de segurança e aplicabilidade foram avaliadas através do número de colírios utilizados, acuidade visual para longe, campo visual, paquimetria e habilidade do cirurgião (preceptor ou oftalmologista em treinamento de fellowship). Os pacientes foram avaliados no pré-operatório e 1, 3 e 6 meses após o procedimento.

Resultados

A taxa de sucesso do implante variou entre 77,4%-89,2% ao longo do pós-operatório, apresentando valor de 81,3% 6 meses após a cirurgia. A média de colírios utilizados no pré-operatório foi de 2,79 ± 0,938, sendo reduzida a 1,38 ± 1,075 no 1º mês após o implante (p < 0,001), 1,60 ± 1,077 3 meses após a cirurgia (p < 0,001) e 1,98 ± 1,093 6 meses após o implante (p < 0,001). Já a média da PIO do olho operado era de 30,7 ± 13,1 mmHg no pré-operatório, foi reduzida a 18,1 ± 9,37 mmHg 1 mês após a cirurgia (p < 0,001), 16,8 ± 7,30 mmHg aos 3 meses pós-implante (p < 0,001) e 17,95 ± 7,62 mmHg após 6 meses (p < 0,001). Apenas 20 pacientes (13,7%) apresentaram alguma complicação pós-operatória, as quais foram menos frequentes (11,7%) quando realizadas por oftalmologistas preceptores.

Conclusões

O tubo de Susanna demonstrou ser eficaz e seguro, com redução da PIO e quantidade de colírios antiglaucomatosos utilizados pelo paciente. Observou-se baixos índices de complicações, sendo as cirurgias realizadas tanto por preceptores, como por oftalmologistas em treinamento.

Área

TRABALHO CIENTÍFICO

Instituições

FUNDAÇÃO ALTINO VENTURA - Pernambuco - Brasil, UNIVERSIDADE DE SÃO PAULO - São Paulo - Brasil

Autores

Tiago de Assis Clemente de Araújo, Andressa Miranda Magalhães, Lucas Duarte Sena, Thiago Alberto Gonçalves Batista Rafael, Kaio Santos Soares, Michel Bittencourt Santos, Marcelo Hatanaka, Arthur Luis Alves Frazão de Carvalho