Título

BLOQUEIO PUPILAR INTERMITENTE DECORRENTE DA SUBLUXAÇÃO DE CRISTALINO

Introdução

A subluxação do cristalino pode ocasionar bloqueio pupilar e, consequentemente, crises intermitentes de glaucoma agudo. A iridectomia periférica ou a iridotomia raramente são eficazes em glaucoma de ângulo fechado decorrente da subluxação cristaliniana, pelo risco de herniação vítrea para a câmara anterior. Assim, o tratamento baseia-se na lensectomia. Neste relato é apresentado o caso de um paciente que apresenta bloqueio pupilar intermitente decorrente de subluxação do cristalino.

Método

Realizado relato de caso de paciente atendido ambulatorialmente.

Resultados

Relato de caso: Paciente do sexo masculino, asiático, 61 anos, foi admitido com encaminhamento para avaliação do departamento de glaucoma devido ao aumento da escavação papilar. Paciente se queixava de dificuldade na leitura e impossibilidade de assistir filmes em 3D. No exame admissional, a acuidade visual para longe (AVL) era 20/25 no olho direito (OD) e 20/60 no olho esquerdo (OE), com pressão intraocular (PIO) de 14 mmHg em ambos os olhos (AO). Porém, quando o paciente lia algum documento ou abaixava a cabeça, a PIO do OE aumentava para 32 mmHg. Biomicroscopia, com paciente em miose, sem alterações. Na fundoscopia, apresentava escavação papilar 0,7 em AO. À biomicroscopia com dilatação pupilar, observou-se facodonese no OE que, quando paciente olhava para baixo, causava oclusão do ângulo camerular e consequente aumento da PIO. Solicitado Biomicroscopia Ultrassônica que confirmou subluxação nasal do cristalino do OE, com os ligamentos zonulares não sendo visíveis na maioria dos meridianos. Diante disso, paciente foi orientado sobre necessidade de abordagem cirúrgica e se propôs a Lensectomia associado a Vitrectomia Posterior com Fixação escleral da lente intraocular no OE

Conclusões

Este relato ilustra um caso atípico de bloqueio do seio camerular, que foi diagnosticado a partir do exame clínico guiado pelas queixas do paciente. Dessa forma, conseguiu-se realizar a correta condução terapêutica.

Área

RELATO DE CASO