Dados do Trabalho


Título

EDEMA MACULAR CISTOIDE PERSISTENTE SECUNDÁRIO À SÍNDROME DA RECUPERAÇÃO IMUNE

Introdução

O edema macular cistóide (EMC) é uma das retinopatias responsáveis por baixa acuidade visual (BAV). Apresenta diversas origens etiológicas, podendo ser originada por quadros de uveíte, após cirurgia de catarata ou outros quadros inflamatórios. Após a introdução da terapia antirretroviral (TARV), surgiu a síndrome da recuperação imune (SRI), um distúrbio inflamatório crônico que ocorre após a melhora dos níveis de CD4, com o paciente apresentando intensa uveíte anterior e vitreíte, as quais podem estar associadas a papilite e EMC. Desta forma, o objetivo deste relato é apresentar o caso de uma paciente que evoluiu com EMC persistente secundário à SRI.

Método

Relato de caso de paciente admitido na emergência oftalmológica.

Resultados

Relato de caso: Paciente do sexo feminino, 38 anos, foi admitida na emergência oftalmológica com queixa de baixa da acuidade visual em olho direito (OD) após início da terapia antirretroviral, devido a quadro de HIV diagnosticado após ter apresentando quadro de retinite por CMV no OD. Exames apresentavam carga viral indetectável e CD4+ maior que 250 células/mm3. Ao exame admissional, apresentava acuidade visual para longe (AVL) de 20/100 no OD e 20/15 no olho esquerdo (OE). Biomicroscopia anterior de ambos os olhos (AO) sem alterações, pressão intraocular de 14 mmHg no OD e 16 mmHg no OE. Fundoscopia do OD apresentava disco óptico corado, com escavação papilar fisiológica, e retina com aspecto isquêmico seguindo a arcada temporal superior com lesões puntiformes hipercrômicas de aspecto cicatricial, além de uma condensação vítrea em região macular. Fundoscopia de OE sem alterações. Retinografia, OCT de mácula e angiografia demonstraram presença de EMC no OD. Aventada a hipótese de EMC secundário a síndrome da recuperação imune, após avaliação de sorologias e liberação do infectologista, foi iniciado uso de Prednisona oral, porém sem resposta clínica importante. Em seguida, após optar pelo uso de injeção de Triancinolona no OD, a paciente evoluiu com melhora da AVL em OD para 20/40 e redução do edema macular. Após alguns meses, a paciente retorna com piora visual e do edema, sendo realizado mais uma injeção com boa resposta, mas de caráter temporário.

Conclusões

O caso relata um distúrbio inflamatório crônico associado ao EMC que surgiu após a introdução da TARV em paciente portadora de HIV. Apesar de crônico, quando corretamente tratado e com seguimento ambulatorial adequado, permite melhor prognóstico visual aos enfermos.

Área

RELATO DE CASO

Instituições

FUNDAÇÃO ALTINO VENTURA - Pernambuco - Brasil

Autores

Tiago de Assis Clemente de Araújo, Luan Fellipe Bispo Almeida, Cecília Menelau Cavalcanti