Dados do Trabalho


Título

SÍNDROME DE VOGT-KONAGI-HARADA: INTERVEÇÃO PRECOCE COM EVOLUÇÃO FAVORÁVEL

Introdução

A síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada é uma doença inflamatória multissistêmica auto-imune, que acomete olhos, sistema nervoso central e pele. No caso descrito, a paciente apresentou sintomas prodrêmicos de mal estar e zumbido associado a importante redução da acuidade visual por descolamento seroso bilateral.

Método

Relato de caso de Síndrome de VKH admitida na emergência oftalmológica.

Resultados

Paciente do sexo feminino, 43 anos, admitida no serviço de emergência oftalmológica da Fundação Altino Ventura, com queixa de dor e BAV em ambos os olhos (AO) há 1 mês. Refere história de mal-estar e zumbido há aproximadamente um mês. Nos antecedentes patológicos negava quaisquer comorbidades. Ao exame oftalmológico, paciente apresentou AV com correção de conta dedos a 50 centímetros em AO; pupilas isocóricas com reflexos fotomotores direto e consensual preservados e simétricos; tonometria em olho direito (OD) de 10mmHg e 13mmHg em olho esquerdo (OE). À Biomicroscopia de segmento anterior em AO apresentou cílios e pálpebras sem alterações, conjuntiva hiperemiada 1+, córnea transparente com precipitados ceráticos finos distribuídos em metade inferior de endotélio corneano, câmara anterior formada, flare, reação de câmara anterior de 3+, Anel de Vossius, fácica. À Fundoscopia em OD apresentou vítreo limpo, disco óptico corado com escavação papilar de 0,3, fluido subretiniano justapapilar com extensão para área macular, arcada temporal superior e retina nasal. Na fundoscopia em OE apresentou vítreo limpo, disco óptico corado com escavação papilar de 0,4, com presença de fluido suberretiniano em área macular com extensão para hemirretina superior. No OCT foi observado presença de descolamento da retina (DR) seroso bilateral. Considerando o histórico de mal-estar e zumbido, associado a quadro de DR seroso bilateral, foi aventada hipótese diagnóstica de VKH. Solicitou-se sorologias para descartar causas infecciosas e foi indicada corticoterapia tópica associada à pulsoterapia com metilpredsinolona com posterior início de prednisona oral em esquema de desmame. Uma semana após início de tratamento, apresentou redução importante de fluido sub-retiniano com melhora da AV para 20/50 (OD) e 20/40 (OE), apresentando no 40° dia resolução completa do DR seroso e acuidade visual final de 20/20 em AO.

Conclusões

VKH pode ser uma importante causa de cegueira caso não seja prontamente diagnosticada e tratada. Este relato ilustra um caso típico da doença com evolução favorável em função da intervenção precoce.

Área

RELATO DE CASO

Instituições

Fundação Altino Ventura - Pernambuco - Brasil

Autores

Luan Fellipe Bispo Almeida, Tiago De Assis Clemente De Araújo, Tiago Cavalcanti De Carvalho