Dados do Trabalho
Título
CORIORRETINOPATIA SEROSA BILATERAL SEM ASSOCIAÇÃO CAUSAL
Introdução
Relatar um caso de coriorretinopatia serosa central (CSC) bilateral em homem, sem fatores de risco, após exposição solar intensa.
Método
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Resultados
V.M.M., 39 anos, admitido em consulta oftalmológica por baixa de acuidade visual e fotofobia após exposição solar intensa durante surf, há 1 dia. Negava estresse emocional, uso de corticoides orais, tópicos e intraoculares. De histórico, relatava hipercolesterolemia sem tratamento. Ao exame oftalmológico, acuidade visual para longe (AVL) de 20/60 em ambos os olhos (AO). Biomicroscopia e tonometria sem alterações em AO. À fundoscopia, observou-se OD com vítreo limpo, disco óptico corado, escavação papilar 0,3, descolamento seroso macular e periferia sem alterações. Em OE, exame semelhante, destoando por escavação papilar de 0,4 e área hipocrômica superior à fóvea. Realizou OCT e angiografia por suspeita de CSC, além de exames laboratoriais para exclusão de outras causas. Ao OCT de OD, foi visto aumento da espessura macular às custas de fluido subrretiniano, depressão foveal preservada e duas áreas de descolamento do epitélio pigmentar da retina (DEP) parafoveais. Em OE, OCT semelhante, sem as áreas de DEP. À angiofluoresceinografia (AF), em AO, foram vistas áreas hiperfluorescentes, que aumentaram em intensidade durante o exame, mantendo os limites sugestivos de DEP, com pontos de vazamento de contraste para o espaço subretiniano. Após exames laboratoriais sem alterações, optou-se por tratamento conservador e acompanhamento seriado de OCT e AF em 3 e 6 meses. No follow up, houve melhora progressiva da AVL, alcançando aos 6 meses, 20/25 em OD e 20/20 em OE. Retinografia aos 3 meses com região foveal sem alterações, com alguns DEPs justafoveais de aspecto esbranquiçado, e nasal superior ao disco óptico, com fluido subretiniano na extrema periferia inferior e, aos 6 meses, com DEPs mais discretos. O OCT mostrou redução do fluido subrretiniano com alguns pontos de maior hiperrefletividade e persistência dos dois DEPs, evoluindo aos 6 meses com redução do fluido e pontos de hiperrefletividade sugestivos de depósitos de fibrina.
Conclusões
A CSC é comum em homens entre 30 e 50 anos de padrão unilateral. Apesar de diversos relatos de CSC na literatura, os casos bilaterais têm, em sua maioria, etiologia definida, como o uso de corticosteroides sistêmicos e intraoculares, antineoplásicos e estresse emocional, o que faz do quadro descrito uma manifestação atípica.
Área
RELATO DE CASO
Instituições
FUNDAÇÃO ALTINO VENTURA - Pernambuco - Brasil
Autores
JESSICA CORREIA DA SILVA TAVARES, PRISCILLA SILVA MACEDO, DANIELLE COSTA CAVALCANTI DE ALMEIDA, ANA LUCIA DE ANDRADE LIMA ARCOVERDE