Dados do Trabalho


Título

AUTO EVISCERAÇÃO SECUNDÁRIA À CELULITE ORBITÁRIA PÓS-SEPTAL

Introdução

Relatar um caso de celulite orbitária pós-septal que evoluiu com auto evisceração do globo ocular.

Método

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Resultados

M.S.S., 57 anos, sexo feminino, admitida na emergência oftalmológica da FAV, encaminhada por suspeita de celulite pré-septal iniciada há 2 semanas, sem antecedentes oftalmológicos, referindo ser hipertensa e diabética. Aos exames complementares, apresentava hipoalbuminemia e elevação de transaminases hepáticas. Portava parecer neurológico descartando acometimento orbitário e/ou neurológico aos exames de imagem. Ao exame oftalmológico, apresentava acuidade visual corrigida sem percepção luminosa em olho direito (OD) e 20/400 em olho esquerdo (OE). Biomicroscopia do OD com edema palpebral 2/4+, proptose, olhar congelado, conjuntiva calma, córnea opacificada difusamente, câmara anterior formada, com exame comprometido do segmento anterior e posterior por opacidade de meios. OE sem alterações. Tonometria não realizada por opacidade de meios. A paciente foi encaminhada à emergência clínica para internamento, antibioticoterapia venosa e novos exames de imagem. Retornou em intervalos periódicos nos 15 dias seguintes, apresentando piora do quadro, a despeito da antibioticoterapia venosa e uso de colírios. Evoluiu com edema facial bilateral importante, assimétrico, com drenagem copiosa de secreção purulenta palpebral, aumento da protusão ocular, consumo corneano (córnea em melting) e auto evisceração com exposição de úvea. Além disso, apresentava drenagem espontânea e purulenta nasal, aventando-se associação com sinusopatia aguda. Foi avaliada pelo Departamento de Plástica Ocular, que solicitou avaliação da Otorrinolaringologia e cobertura antimicrobiana para anaeróbios. Portava, neste momento, uma tomografia de face sugerindo sinusopatia aguda, além do acometimento do músculo reto lateral, partes moles e estruturas ósseas orbitárias. Retornou com avaliação otorrinolaringológica sinalizando não haver relação do quadro oftalmológico com sinusopatia, tratando-se de uma celulite pós-septal. Ampliou-se o espectro de antibiótico venoso para anaeróbios, porém, a paciente retornou com quadro mantido, sendo indicado a evisceração do globo ocular direito.

Conclusões

A celulite pós septal é incomum e costuma ser responsiva a antibioticoterapia venosa de amplo espectro, sem evolução oftalmológica grave. Portanto, acredita-se que o quadro de imunossupressão relativa devido ao diabetes e hipoalbuminemia justifique a evolução desfavorável do quadro.

Área

RELATO DE CASO

Instituições

FUNDAÇÃO ALTINO VENTURA - Pernambuco - Brasil

Autores

JESSICA CORREIA DA SILVA TAVARES, PRISCILLA SILVA MACEDO, LARISSA HALLEY SOARES E SÁ, CANDICE CAROLINA MESQUITA COSTA