Dados do Trabalho


Título

Regularização corneana anterior após DMEK em paciente com Distrofia Endotelial de Fuchs e ceratocone

Introdução

A Distrofia Endotelial de Fuchs (DEF) é uma degeneração corneana bilateral, progressiva e que pode cursar com edema e descompensação corneana em estágios avançados. Ceratocone é a ectasia corneana mais comum, bilateral e tipicamente assimétrica, que leva a afinamentos e irregularidades responsáveis pela baixa acuidade visual progressiva em alguns pacientes. Historicamente, o tratamento cirúrgico para ambas as condições foi a ceratoplastia penetrante, mas atualmente a ceratoplastia endotelial lamelar profunda (DMEK) passou a ser indicada em casos selecionados.

O objetivo do trabalho é relatar um caso de distrofia corneana endotelial de Fuchs coexistente (FED) e ceratocone em que houve regularização da topografia corneana após DMEK.

Método

Análise retrospectiva de prontuário e propedêutica avançada.

Resultados

Paciente 54 anos, sexo feminino, com diagnóstico de ceratocone e DEF já confirmados e edema corneano importante à biomicroscopia de olho esquerdo (OE). Melhor acuidade visual corrigida (MAVC) 20/400 OE. Topografia corneana (Pentacam AXL, OCULUS) pré-operatória: aumento importante da curvatura central; Kmax 60.5D; Kmédio 49.56D ; astigmatismo: 5,46D; espessura central 633 µm. Optado pela realização de DMEK em OE, realizada sem intercorrências. Topografia corneana (Galilei G4, ADAPT) pós-operatória: melhora das irregularidades e aplanamento ao mapa de curvatura axial anterior; Kmax 53.5D; Kmédio 49.7D; astigmatismo 2.1D; espessura central 473 µm. MAVC 20/30 OE.

Conclusões

Este relato sugere que a DMEK, por mecanismos ainda não conhecidos, pode alterar a biomecânica e curvatura anterior corneana em paciente com DEF e ceratocone, proporcionando aplanamento e diminuição das irregularidades e consequente melhora visual. Esta informação, já sugerida em estudos anteriores, proporciona maiores ferramentas na tomada de decisão entre o tipo de transplante a ser realizado em casos como esse, assim como na escolha entre a sua associação ou não à facectomia em mesmo tempo cirúrgico devido ao possível erro biométrico.

Área

RELATO DE CASO

Instituições

Universidade Federal do Rio de Janeiro - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Guilherme Garcia Criado, Gustavo Amorim Novais, Renato Ambrósio Júnior, Nelson Sena Junior, Vinicius Secchim de Brito, Alexandre de Carvalho Mendes Paiva, Isabella Vieitas Michelini, Thiago José Muniz Machado Mazzeo