Dados do Trabalho


Título

Prevalência de olho seco em estudantes de medicina da UNICAMP

Introdução

Este projeto de pesquisa tem por objetivo avaliar a prevalência de olho seco, doença comum, complexa e multifatorial na superfície ocular, em uma população jovem. A revisão bibliográfica realizada mostrou a necessidade de investigar essa população bem como a análise dos possíveis fatores de risco de olho seco associados e mais comuns, compreender seus sintomas e sinais clínicos, devido a prevalência de estudos na faixa adulta.

Método

Estudo clínico observacional, transversal que incluiu 348 alunos da graduação de medicina da UNICAMP. Todos os participantes responderam os questionários auto-aplicáveis sobre sintomas de olho-seco: Ocular Surface Disease Index (OSDI) e um questionário utilizado no Women Health Study (WHS), traduzidos e validados no português. Foram abordados vários fatores de risco como: uso de lente de contato, horas de uso do aparelho eletrônico, medicações, cirurgia ocular e doença sistêmica associada com o olho seco. Os participantes que preencheram os critérios de olho seco foram convidados ao Departamento de Oftalmologia para uma análise clinica completa por meio exames que buscam sinais de olho seco, incluindo a avaliação objetiva não invasiva da superfície ocular (Keratograph 5M), superfície ocular com coloração de fluoresceína e com lisamina verde, e Teste de Schirmer

Resultados

A idade média dos participantes é de 22.8±4.2 anos de idade, sendo 53.2% mulheres e 46.8% homens. O valor do questionário OSDI foi 14.7±14.5, 29,3% dos participantes obtiveram pontuação acima de 22 pontos, valor de corte. Os fatores de riscos mais frequentes foram uso de aparelhos eletrônicos em 68,7% dos casos, menos de seis horas de sono em 40,6%, uso de lentes de contato em 25,7%, uso de contraceptivo oral em 23,6% e antidepressivos em 11,7%. As maiores pontuações OSDI foram no uso da Isotretinoína, cirurgia ocular e lente de contato, sendo maiores ainda no sexo feminino

Conclusões

A prevalência de olho seco encontrada no estudo anterior na população brasileira acima de 40 anos é de 12,8% de olho seco, menor do que desse estudo: 29,3% de acordo com o OSDI e de 17,3% de acordo com o WHS. A avaliação clínica desses participantes demostrou sinais de disfunção da superfície ocular, alteração na glândula meiboniana e instabilidade no filme lacrimal. Essa amostra populacional jovem mostra uma alta taxa de prevalência de olho seco devido a exposição de vários fatores de risco, enfatizando a necessidade de investigação nessa faixa etária para melhor compreensão, abordagem e tratamento clínico

Área

TRABALHO CIENTÍFICO

Instituições

Faculdade de Ciências Médicas da Universidade Estadual de Campinas - São Paulo - Brasil

Autores

Isabela Yang, Monica Alves