Título

Importância da tomografia de coerência óptica para diagnóstico de drusa oculta em paciente com pseudoedema de papila e ecografia ocular normal: Relato de Caso

Introdução

As drusas de nervo óptico são depósitos de material hialino, normalmente calcificados, dentro da substância da cabeça do nervo óptico, usualmente bilaterais. Constituindo uma das causas mais frequentes de pseudopapiledema, o diagnóstico diferencial com o verdadeiro edema de papila é fundamental. Sua prevalência é de 0,3-2%, porém são clinicamente visíveis em apenas 0,34% da população. Não há predileção por sexo e a ocorrência é geralmente esporádica, sendo alguns casos provenientes de herança autossômica dominante. A presença das drusas é de modo geral assintomática e não costuma cursar com impacto na visão. Possíveis complicações são deterioração do campo visual periférico, neovascularização coroidal, neuropatia óptica isquêmica anterior, oclusão de artéria central da retina, oclusão de veia central da retina, neovascularização subretiniana e hemorragias retinianas. Exames complementares como a autofluorescência do fundo de olho e a ecografia ocular, que evidenciam a drusa, e a tomografia de coerência óptica, que mostra afinamento difuso ou focal na camada de fibras nervosas da retina e também é usada na monitoração. O tratamento se limita ao manejo das complicações, não havendo abordagem específica para a condição.

Método

Foi realizada análise de prontuário e revisão de literatura.

Resultados

Paciente do sexo masculino, 23 anos, míope (-2,25 em olho direito e -2,75 em olho esquerdo), 20/20 de visão em ambos olhos, e acuidade J1 para perto, encaminhado ao nosso serviço para avaliação de edema de nervo óptico bilateral. Sem alterações ao exame de biomicroscopia, defeito pupilar aferente negativo, pressão intra-ocular de 12 mmHg e 14 mmHg. No exame de fundo de olho visualizado elevação de nervo óptico bilateral principalmente na região nasal, retina aplicada, mácula fisiológica, vítreo límpido, vasos sem alterações. Ecografia ocular não evidenciou área refletiva condizente com drusa, porém tomografia de coerência óptica revelou alteração na camada de fibras nervosas da retina. A suspeita clínica e os indícios presentes nos exames complementares fortaleceram a hipótese diagnóstica de drusas de disco óptico.

Conclusões

As drusas de nervo óptico podem não se encontrar calcificadas, de modo que não são identificadas através da ecografia ocular, enquanto a tomografia de coerência óptica possibilita o diagnóstico.

Área

RELATO DE CASO