Dados do Trabalho
Título
NEUROPATIA ÓPTICA AUTOMUNE COMO DIAGNOSTICO DIFERENCIAL DA NEURITE ÓPTICA ATÍPICA: um relato de caso
Introdução
A neuropatia óptica autoimune é a uma doença rara, que se manifesta com perda visual aguda, indolor e grave. A gravidade está associada a sua fisiopatologia com componentes inflamatório e isquêmico.1, 4
A positividade para marcadores de doenças autoimunes, mais comumente a elevação da titulação de anticorpos antinucleares (FAN), são fatores determinantes para o diagnóstico. O tratamento é feito através de imunossupressão, com necessidade de altas doses de corticoide.²
Método
visual em OD há dois meses, súbita e indolor. Na história pregressa, relatou que há 1 ano apresentou perda visual em OE, súbita e indolor. Na ocasião, foi realizada a RM de crânio e órbita, com realce do nervo óptico esquerdo.
Devido à suspeita diagnóstica de neurite óptica, foi tratado com pulsoterapia, sem melhora.
Ao exame, apresentava acuidade visual de 20/30 em OD e conta dedos em OE. Havia DPAR de 3+ em OE. A fundoscopia revelou palidez temporal de papila bilateral (Figura 1).
A RM de crânio e orbita identificou realce bilateral dos nervos ópticos associados a restrição à difusão, que sugerem processo inflamatório e isquêmico concomitantes em ambos os olhos (figura 2).
Devido à suspeita de neurite óptica atípica foi realizada a coleta de líquor, exames laboratoriais sorológicos e inflamatórios, além da pesquisa de anticorpos Anti-AQP4 e Anti-MOG. Todos os exames apresentaram resultados normais, com exceção da dosagem do FAN nuclear pontilhado que se encontrava elevada, com titulação: 1:640.
Resultados
A neuropatia óptica se diferencia da neurite óptica desmielinizante devido a sua fisiopatologia. A lesão de nervo óptico ocorre por meio de um mecanismo inflamatório isquêmico.2
Devido ao duplo mecanismo de lesão, a perda visual é indolor e potencialmente severa.4
A principal anormalidade laboratorial relatada na neuropatia óptica autoimune foi a dosagem FAN, em títulos elevados. Este achado é fundamental para o diagnostico dessa patologia. Outros anticorpos também foram associados a neuropatia óptica autoimune, como a anticardiolipina e o Anti-DNA dupla hélice. Entretanto, todos os pacientes relatados não manifestaram doenças sistêmicas associadas1, 4
Nosso caso demonstra o potencial da restrição de difusão, indicando que a RM pode ser usada para estabelecer o diagnóstico de lesão isquêmica aguda do nervo óptico.
O tratamento deve ser realizado com corticosteroide em altas doses por via endovenosa (1-2g/dia), seguido de imunossupressores orais.2
Conclusões
O seguimento é feito com Campo visual e retinografia
Área
RELATO DE CASO
Instituições
Universidade de Campinas - UNICAMP - São Paulo - Brasil
Autores
Lorranne Trindade Bandoli, Frederico Castelo Moura