Dados do Trabalho


Título

Doença do olho seco em pacientes com Xeroderma Pigmentoso

Introdução

O Xeroderma Pigmentoso (XP) é caracterizado por fotocarcinogênese exagerada como resultado da hipersensibilidade a luz solar nos portadores da doença. As alterações oftalmológicas principalmente de superfície ocular são reportadas em 40% a 100% dos pacientes com XP. O objetivo deste trabalho foi avaliar os sinais e sintomas da doença do olho seco em pacientes com diagnóstico clínico de xeroderma pigmentoso.

Método

Participantes com diagnóstico de XP foram recrutados e avaliados no Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais da Universidade Federal de São Paulo UNIFESP-EPM. Todos os pacientes assinaram um termo de consentimento. Os seguintes testes foram realizados de acordo com recente painel de consenso em guidelines clínicos para o manejo da doença do olho seco: Questionários Ocular Surface Disease Índex (OSDI) e Dry Eye Questionnaire-5 (DEQ-5), Meibografia e altura do menisco lacrimal (Keratograph; Oculus Inc., Arlington, WA). Frequências de resultados de OSDI≥13 e DEQ-5≥6 foram computadas e as correlações dos questionários com achados da meibografia foram investigadas.

Resultados

Um total de 27 pacientes com XP (idade entre 9 e 62 anos) foram avaliados porém um paciente foi excluído da análise. 16 dos 26 pacientes (61,5%) tiveram OSDI≥13 e 19 dos 26 pacientes (73,1%) apresentaram valor DEQ-5≥6. A altura do menisco lacrimal foi acima de 0,2 em todos os pacientes e a meibografia demonstrou redução severa das glândulas de meibomius, média de grade 2,75±1,75 para pálpebras superiores e média de grade 2,95±1,15 para pálpebras inferiores. Foi encontrada correlação positiva (r=0,583; p=0,002) entre o resultado de OSDI e DEQ-5 e correlação positiva (r=0,686; p=0,020) entre OSDI e deficiência de glândulas de meibomius na pálpebra inferior.

Conclusões

Baseado nos achados dos questionários OSDI, DEQ-5 e na avaliação oftalmológica, encontramos uma alta frequência de doença do olho seco em pacientes com XP. Futuros estudos incluindo mais pacientes com XP associados à avaliação clínica detalhada para doença do olho seco são necessários para a confirmação dos achados.

Área

TRABALHO CIENTÍFICO

Instituições

UNIFESP - São Paulo - Brasil

Autores

Ana Marisa Pires Castello Branco, Alléxya Marcos, Arthur Fernandes, Rossen Hazarbassanov, Melina C Morales, José Álvaro Gomes, Rubens Belfort Neto