Dados do Trabalho


Título

Evolução epidemiológica dos casos de descolamentos e defeitos de retina na região metropolitana do Rio de Janeiro

Introdução

Doenças da retina são a causa mais comum de cegueira em adultos em populações urbanas no Brasil. Entre as principais doenças da retina, estão a retinopatia diabética (RD), que foi associada à baixa visão ou à cegueira em 38,7% dos indivíduos acometidos. Além da RD, em nosso meio, a degeneração macular relacionada à idade e o descolamento de retina são importantes causas retinianas de cegueira. A degeneração macular ocorre principalmente em pacientes com idade superior a 60 anos. O descolamento de retina, se não tratado precocemente, pode causar uma perda definitiva da visão central e periférica. Assim, o presente estudo tem como objetivo analisar a evolução dos casos de descolamentos e defeitos da retina na região metropolitana do Rio de Janeiro, a fim de elaborar medidas que previnam tais eventos, além da promoção de ações que contribuam para a diminuição desses casos na população.

Método

Estudo descritivo, ecológico da evolução epidemiológica dos casos de descolamentos e defeitos de retina na região metropolitana do Rio de Janeiro nos anos de 2008,2009 e 2010. Os dados sobre a ocorrência de descolamentos e defeitos retinianos foram obtidos no DATASUS e as populações do IBGE.

Resultados

Foi possível perceber um aumento gradual nos casos de descolamento e defeitos de retina notificados ao longo dos anos de 2008, 2009 e 2010. O total de casos registrados foi de, respectivamente, 52, 63 e 98. Tendo predomínio na faixa etária de 50 a 59 anos. Concomitante a isto, nota-se um aumento nos registros de casos de hipertensão (HAS) e diabetes melitos (DM), doenças crônicas que podem propiciar o desenvolvimento de retinopatias e favorecer o descolamento da retina. Os números de casos notificados de DM associado à hipertensão nesse mesmo período foram, respectivamente, de 6135, 7307 para 8971. Sendo os de HAS isolada de 20441, 23918 para 26581; DM tipo II isolado de 1745, 1678 e 1858 e DM tipo I de 361, 545 e 451. Nota-se uma maior relação da HAS e HAS associada à DM com os casos de descolamento e defeitos de retina quando comparados aos casos isolados de DM.

Conclusões

A RD e a retinopatia hipertensiva (RH) são doenças evitáveis que podem ser acompanhadas à distância nos estágios iniciais. O acompanhamento da RD e RH desde fases mais precoces do DM ocasiona uma redução na necessidade de tratamento, que é dirigido às complicações. Portanto, a atenção primaria a DM e a HAS podem prevenir a diminuição de casos de descolamentos e defeitos retinianos.

Área

TRABALHO CIENTÍFICO

Instituições

Universidade de Vassouras - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Indiara Iris de Oliveira Araujo, Daniel Carvalho Puertas de Souza