Dados do Trabalho
Título
SINDROME DE HORNER APOS TIREOIDECTOMIA TOTAL
Introdução
A Síndrome de Horner (SH-1869) classicamente caracterizada pela associação de miose, ptose, anidrose facial e enoftalmia. Resulta da paralisia da cadeia simpática ipsilateral, devido interrupção da inervação simpática do músculo de Muller das pálpebras, músculo dilatador da íris e fibras sudoríparas da face. O relato mais antigo de lesões da cadeia simpática cervical após cirurgia de tireoide foi de Kaelin (1915). As etiologias são diversas e tumores são causa mais frequente, com incidência de 13% e 37%. Neoplasias da tireoide são causa incomum.
Método
eminino, 48, história de “pálpebra caída há 7 dias após cirurgia de tireóide”. HPP: Tireoidectomia total por tumor. Ao exame físico, apresentou AV S/C de 20/20, biomicroscopia, com córneas transparentes e ptose PSOD (DMR1 D2,5/ E 4,5 mm), boa função do MLPS (>10mm AO), PP mais alta D, miose em OD, fenômeno de Bell presente, com ortoforia/ortotropia e motilidade ocular sem alteração, com positividade ao teste de fenilefrina.
Resultados
Realizada conduta expectante de 6 meses com posterior conjuntivomullerectomia de 8 mm em OD, apresentando bom resultado cosmético.
Conclusões
Etiologias da SH são classicamente divididas de acordo com neurônio envolvido. Lesões pré-ganglionares são causa mais frequente (21% e 67%). Neoplasias do ápice do pulmão são entidades mais comuns. Trata-se de complicação extremamente rara de condição patológica relativamente comum, 1,3% dos casos são devidos a fator etiológico tireoidiano, sem distinção entre achados pré e pós-operatórios. Neoplasias tireoidianas, benignas ou malignas, são causas incomuns (1,8% e 7,8%). O aparecimento de uma SH é raro após a realização da cirurgia cervical. Os procedimentos cirúrgicos que mais o desencadeiam são endarterectomia carotídea e cirurgia da coluna cervical.
O diagnóstico depende: exame clínico agudo e teste farmacológico confirmatório. Alterações sugerem lesão da cadeia oculosimpática ipsilateral. A confirmação pode ser obtida pela instilação ocular de apraclonidina 0,5%. Olhos normais não dilatam com instilação, enquanto que pacientes com SH, dilatações de 1,0 a 4,5 mm ocorrerão no lado afetivo.
Contrariamente à opinião comum, a SH é mais frequentemente devida doenças benignas da tireoide. Associação com massa tireoidiana não deve levar à conclusão de malignidade. Embora danos na cadeia simpática cervical pareçam ser uma complicação muito rara de um procedimento comum, mesmo não havendo imparidade funcional, pode desencadear preocupações estéticas significativas.
Área
RELATO DE CASO
Instituições
UNIVERSIDADE FEDERAL DO RIO DE JANEIRO - Rio de Janeiro - Brasil
Autores
ROMULO PILONI-PARREIRA, JULIANA MEDRADO