Dados do Trabalho


Título

Iridociclite Heterocrômica de Fuchs

Introdução

A iridociclite heterocrômica de Fuchs é uma forma rara, insidiosa e crônica de uveíte, geralmente assintomática e de etiologia desconhecida. Representa cerca de 2% a 11,5% dos casos de uveíte . A uveíte anterior associada é tipicamente não-granulomatosa e a tríade diagnóstica clássica inclui heterocromia da íris, catarata e precipitados ceráticos. É mais comum na quarta década de vida, sem predileção racial ou de gênero, e unilateral em 90% dos casos.

Método

Biomicroscópica com lâmpada de fenda, tonometria de aplanação de Goldman, ecografia ocular, microscopia especular e gonioscopia.

Resultados

A iridociclite heterocrômica de Fuchs teve sua primeira descrição na literatura em 1906 e foi caracterizada por: atrofia e despigmentação do estroma iriano e do pigmento epitelial, precipitados ceráticos e catarata. Outros achados típicos: vitreite, glaucoma, ausência de sinequias posteriores e de sintomas agudos (dor, fotofobia, hiperemia ocular). Apresenta início insidioso, muitas vezes é assintomática, e possui baixo grau de atividade. A heterocromia da íris pode não ser evidente, principalmente em olhos de coloração escura. Em olhos com coloração clara sua identificação é facilitada, pois ocorre uma heterocromia inversa: a atrofia do estroma anterior leva a maior exposição do epitélio pigmentar.
No caso relatado foi possível fechar diagnóstico devido a presença da tríade clássica que envolve heterocromia, precipitados ceráticos e catarata, descritos na literatura com incidência de 70,4%, 100% e 77,8 % respectivamente.

Conclusões

O diagnóstico da iridociclite heterocrômica de Fuchs é clínico, sendo simples em sua fase avançada e com a presença de heterocromia iriana. Porém, na ausência da heterocromia e de sinais clássicos, a doença é muitas vezes sub-diagnosticada e classificada como uveíte idiopática anterior ou intermediária.
A paciente em questão, está sendo acompanhada mensalmente. Aguardamos a resolução completa do processo inflamatório, para posterior programação da facectomia em olho esquerdo, objetivando um melhor prognóstico visual e menor risco intra e pós operatório.

Área

RELATO DE CASO

Instituições

Hospital Oftalmológico Santa Beatriz - Rio de Janeiro - Brasil

Autores

Matheus Vieira Marques, Rafael de Moraes Santa Cruz, Daniela Tartarotti Conte