Dados do Trabalho


Título

ACHADOS CLINICOS E EVOLUÇAO DO RETINOBLASTOMA EM CRIANÇAS MAIS VELHAS

Introdução

Retinoblastoma (Rb) é o tumor maligno intraocular mais comum na criança, ocorre em aproximadamente 1 em cada 18.000 nascidos vivos, e raramente acomete crianças mais velhas. A vasta maioria dos pacientes apresenta a doença com até 5 anos de idade, sendo que média de idade para diagnóstico é 13 a 24 meses. A apresentação tardia pode ser atípica e o diagnóstico desafiador. Existe pouca informação na literatura mundial sobre o retinoblastoma nesta faixa etária de pacientes. Portanto, o estudo teve como objetivo avaliar aspectos clínicos e evolução de crianças mais velhas (maiores de 5 anos) com Retinoblastoma em uma instituição de referência (Instituto de Oncologia Pediátrica/GRAACC – UNIFESP).

Método

Estudo observacional retrospectivo através de revisão de prontuários médicos. Os dados clínicos, epidemiológicos e evolução dos pacientes foram avaliados e analisados de forma descritiva. O estudo incluiu todos os pacientes com Retinoblastoma que deram entrada no GRAACC entre 2001 e 2018.

Resultados

Ao todo, 518 pacientes com retinoblastoma foram tratados em nosso serviço no período avaliado. Destes, 24 (4,6%) tinham 5 ou mais anos de idade ao diagnóstico. Três deles foram excluídos do estudo por informações incompletas. Dois terços são do sexo masculino. A média de idade ao diagnóstico foi de 82,2 meses (variação: 60 - 183 meses).
O sintoma inicial mais comum foi a leucocoria (42,9%), seguido do olho vermelho (38,1%) e estrabismo (14,3%). 41,7% dos olhos foram classificados como grupo E, 8,3% do grupo C, 4,2% dos grupos A e D e 41,7% tinham doença extra-ocular. Em relação ao estadiamento da doença, a maioria (52,4%) foi classificada no estágio 1, seguida dos estágios 3 e 4b. Na apresentação, 3 (14,3%) tinham doença bilateral. De 24 olhos tratados, 20 (83,3%) foram enucleados. Dois terços dos pacientes necessitaram de quimioterapia e 28,6%, radioterapia externa. Ocorreu metástase em 5 (23,8%) e 4 mortes (19%).

Conclusões

Nessa faixa etária encontramos elevado índice de doença avançada, resultando em pior prognóstico.

Área

TRABALHO CIENTÍFICO

Instituições

EPM/Unifesp - São Paulo - Brasil

Autores

Diego Lisboa Araujo, Monique Kling Mangeon, Carla Renata Donato Macedo, Bruna Cardoso Morales, José Roberto Fonseca, Luiz Fernando Teixeira