Dados do Trabalho


Título

Uso da Biomicroscopia Ultrassônica no Diagnóstico de Melanoma Difuso de Íris em Felinos: Relato de 2 Casos

Introdução

O melanoma difuso de íris é a neoplasia maligna intraocular primária mais comum em gatos, com origem nos melanócitos da íris. Inicialmente, os gatos apresentam áreas multifocais de pigmentação da íris e podem apresentar crescimento progressivo. A biomicroscopia ultrassônica (UBM) é um meio diagnóstico que possibilita determinar com precisão a espessura da íris.

Método

Caso 01 - Foi atendido na Clínica Veterinária Pet Amigo um gato, macho, com dez anos de idade, sendo relatado na anamnese a presença de manchas na íris. O UBM (transdutor com frequência de 35 mHz) demonstrou, presença de leve aumento difuso da espessura da íris, com até 2,1 mm. O diagnóstico presuntivo foi melanoma difuso de íris, e o paciente foi encaminhado para enucleação do olho acometido com confirmação pela histopatologia.
Caso 02 - Foi atendido, um gato fêmea, sem raça definida, com nove anos de idade, sendo relatado na anamnese a presença de manchas na íris do olho direito. O UBM (transdutor com frequência de 35 mHz) em corte transversal às 9 horas do olho direito, não apresentou alterações, nem diferença na espessura da íris. Sendo assim o diagnóstico presuntivo foi de melanose.

Resultados

O melanoma difuso de íris em felinos manifesta-se como hiperpigmentação focal ou difusa, que pode se estender por vários anos de forma progressiva e lenta. O estadiamento da doença varia desde pequenas células na superfície da íris, a células neoplásicas em toda íris e corpo ciliar, em casos avançados. A UBM se mostrou um excelente método de diagnóstico para determinar a espessura da íris, sendo bastante relevante e imprescindível para determinar o prognóstico, progressão e tratamento da doença, que pode ser classificado como melanose, em casos iniciais, ou melanoma difuso de íris, em casos avançados.

Conclusões

A UBM é um método importante para a avaliação do diagnóstico e prognóstico do melanoma difuso de íris, o qual auxilia o clínico quanto a escolha ou não da enucleação. Contudo, mesmo com uma alta resolução do tecido, a UBM não é capaz de diferenciar a espessura da íris em casos iniciais da doença, pois as células se encontram apenas no estroma da íris, tornando fundamental o acompanhamento frequente da evolução das lesões.

Área

RELATO DE CASO

Instituições

UNG - São Paulo - Brasil

Autores

Karoline Maia Souza, Marcos Vinicius Mendes Silva, Eduardo Perlmann, Daniela Alcantara Leite Reis