Dados do Trabalho


Título

Ciclofotocoagulação transescleral laser diodo no tratamento do glaucoma: Resultados de 2011 a 2015 do Setor de Glaucoma da Escola Paulista de Medicina

Introdução

Os procedimentos ciclodestrutivos têm sido utilizados desde a década de 30 na redução da produção de humor aquoso e, secundariamente, diminuindo a pressão intraocular. A ciclofotocoagulação transescleral com laser de diodo é um dos métodos mais utilizados na ablação do corpo ciliar, com taxas de sucesso variando de 40 a 80%. O objetivo do presente estudo foi analisar os dados dos pacientes submetidos a ciclofotocoagulação a laser de diodo entre os anos de 2011 e 2015, no Setor de Glaucoma do Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais da Escola Paulista de Medicina.

Método

Trata-se de estudo retrospectivo envolvendo o Setor de Glaucoma do Departamento de Oftalmologia e Ciências Visuais da Escola Paulista de Medicina- UNIFESP- HSP. Os critérios de inclusão foram: pacientes de ambos os sexos, com diagnóstico de glaucoma definido, com acuidade visual pior que 20/400, que tenha sido o primeiro procedimento ciclodestrutivo e com pelo menos 3 meses de follow up no Setor de Glaucoma. Todos os pacientes incluídos no estudo foram submetidos a ciclofotocoagulação transescleral a laser de diodo no centro cirúrgico, após anestesia retrobulbar ou peribulbar.

Resultados

Foram avaliados dados de um total de 149 pacientes, sendo a idade média de 56.8 ± 16.5 anos. A maior parte era do sexo masculino (53%) e a maior parte dos olhos tratados eram os direitos (57%). Em relação a acuidade visual antes do procedimento ciclodestrutivo, 14% possuíam visão de conta a dedos, 36% percepção de movimento de mãos, 29% percepção luminosa e 21% ausência de percepção luminosa.
Dos tipos de glaucoma dos pacientes do estudo, a maioria apresentava glaucoma neovascular (47,7%), seguido de glaucoma secundário a cirurgias intraoculares (14,8%) e outros glaucomas secundários (14,1%). Outros tipos de glaucomas foram o glaucoma primário de ângulo aberto (12,7%), glaucoma primário de ângulo fechado (6,0%) e glaucoma congênito (4,7%).
Em relação aos 64 casos de falência do procedimento, 76,2% dos pacientes evoluiu para perda da percepção luminosa, 14,3% manteve o quadro de dor ocular e 6,3% teve indicação de outro procedimento terapêutico. Ainda, dois pacientes que tinham glaucoma neovascular evoluíram para phthisis bulbi, tendo sido submetidos a uma única ciclofotocoagulação.

Conclusões

A ciclofotocoagulação transescleral a laser de diodo constitui uma boa alternativa no tratamento de glaucomas refratários, no entanto, estudo prospectivo com padronização de parâmetros proporcionará uma melhor avaliação dos casos tratados.

Área

TRABALHO CIENTÍFICO

Instituições

Escola Paulista de Medicina - EPM - São Paulo - Brasil

Autores

Guilherme Havir Bufarah, Camila Matsuura Endo, Diego Torres Dias, Ivan Maynart Tavares