Dados do Trabalho
Título
HEMATOMA RETRORBITARIO - RELATO DE CASO
Introdução
A hemorragia retrobulbar aguda é uma complicação rara observada após traumatismo orbital contuso. Pode resultar em perda visual permanente, a menos que o tratamento precoce seja instituído. A hemorragia orbitária é vista em vários locais, mais comumente associada a fraturas ou contusões perioculares. Também é descrita em associação à blefaroplastia e pode surgir por complicação decorrentes de anestesia retrobulbar ou periorbitais. Outras causas são: associações anedóticas com distúrbios sanguíneos, como doença falciforme, deficiência de fator VII, disfunção plaquetária e deficiência de vitamina C.
Este relato de caso se refere a uma paciente atendida no Pronto Socorro oftalmológico do Hospital da Santa Casa de São Paulo e acompanhada no setor de Órbita deste mesmo serviço.
Métodos
Revisão de prontuário
Resultados
Paciente feminina, 11 anos, procurou serviço de urgência oftalmológica com história de trauma crânioencefálico (TCE) durante prática de esporte há 4 dias. Evoluiu com protusão progressiva do olho esquerdo, indolor, associado a leve embaçamento da visão ipsilateral. Ao exame: proptose e hipotropia do OE, acuidade visual: 0 logMAR OD e 0,1 logMAR OE, reflexos vermelho, fotomotor e consensual preservados, restrição em todas as ducções no estudo da motilidade ocular extrínseca do OE. Biomicroscopia e exame de fundo de olho sem alterações. PIO 10 mmHg AO. Foi solicitado tomografia de crânio que apresentou um processo expansivo medial ao globo ocular esquerdo exercendo efeito de massa, sugerindo presença de hematoma retrorbitário. Foi prescrito prednisona oral e feito acompanhamento a cada 48h. Paciente evoluiu com regressão gradativa da proptose, melhora da acuidade visual e motilidade ocular extrínseca com 1 semana de tratamento.
Conclusões
O espaço orbital pós-septal pode acumular sangue e criar uma síndrome compartimental, danificando assim estruturas como o nervo óptico e o suprimento de sangue para o olho. Se um paciente apresentar hemorragia orbital, mas não defeito pupilar aferente, PIO elevada ou visão diminuída, então a hemorragia pode ser manejada com conduta expectante, avaliando-se a visão, as pupilas e a PIO em intervalos de tempo mais curtos. Se em algum momento o paciente piorar clinicamente, uma cantotomia e cantólise devem ser realizadas.
Palavras Chave
trauma cranioencefálico, hematoma retrorbitário, hemorragia
Arquivos
Área
Miscelânea
Instituições
Irmandade Santa Casa de Misericórdia de São Paulo - São Paulo - Brasil
Autores
LIVIA ANDRADE FREIRE, LORENA BOTELHO VERGARA, TAIS SIQUEIRA VENANCIO, GUILHERME SAMOMIYA MOTTA, RAFAEL FARIAS BORGES, JOSE VITAL FILHO