Dados do Trabalho


Título

INTERFACE ENTRE ORTÓPTICA, DISTÚRBIO DO PROCESSAMENTO VISUAL E LEITURA

Introdução

INTRODUÇÃO: O Distúrbio do Processamento Visual (DPV) é caracterizado por sintomas de astenopia, fotossensibilidade, cansaço visual progressivo em leitura e distorções visuoperceptuais (percepção do texto em movimento, desfocado e embaralhado). Na visão espacial podem ocorrer dificuldades na percepção de profundidade, de movimento e de sensibilidade ao contraste, mesmo com o exame oftalmológico normal. Esses sintomas do DPV podem se confundir com os sintomas das alterações da motilidade ocular das heteroforias, da insuficiência de convergência (IC), da amplitude de fusão (AF) e PPC reduzidos. A partir de uma amostra clínica, foi verificada a proporção de pacientes com problemas ortópticos e/ou DPV.

Métodos

Foram avaliados em teste ortóptico 60 pacientes, de 6 a 46 anos, média de 15 anos, sintomáticos à leitura e com desconforto para longe. Os pacientes não apresentaram alteração ao exame oftalmológico, com acuidade visual para longe 20/20 em cada olho e J1 para perto, eram emétropes ou com ametropia corrigida. O teste ortóptico avaliou a AV com a melhor correção refracional, medida do desvio para longe e perto ao prisma e cover, versões, PPC, AF com prismas para longe e perto e estereopsia com Titmus. A triagem para DPV segue o protocolo IRPS (Irlen Reading Perceptual Scale), cujo estresse visual desencadeado é atenuado com a sobreposição de lâminas espectrais (overlay) para leitura, alterando o contraste e brilho do papel e filtrando específicas frequências da luz visível. O uso de óculos com lentes espectrais é indicado para os pacientes que têm sintomas espaciais e na leitura mais severos.

Resultados

Dos 60 casos, 14 (23%) ficaram assintomáticos após tratamento ortóptico. Dos demais 46 pacientes (77%) com DPV , 13 (22%) realizaram terapia ortóptica, 33 (55%) com teste ortóptico normal. Todos os 46 casos usaram overlay com bom resultado, com 8 em uso de óculos com filtro espectral (DPV severa). 30 encaminhados para o exame completo neurovisual e 8 não precisam das lentes espectrais, somente overlay (DPV leve). Todos os pacientes referiram melhora no desempenho escolar ou laboral.

Conclusões

É importante realizar avaliação e tratamento oftalmológico e ortóptico para posterior rastreio do DPV. Há pacientes que apresentam alterações ortópticas coexistentes ao DPV, onde a terapia ortóptica se impõe prioritária e após normalizada a visão binocular estes farão o tratamento para readequar o processamento visual.

Palavras Chave

ORTÓPTICA, DISTÚRBIO DO PROCESSAMENTO VISUAL, DISTORÇÕES VISUAIS NA LEITURA

Arquivos

Área

Miscelânea

Instituições

UNIFESP - CURSO DE ORTÓPTICA 1973 - São Paulo - Brasil

Autores

SOLANGE DA COSTA SANTOS FECAROTTA, ADRIANA DA COSTA SANTOS FECAROTTA, DOUGLAS DE ARAUJO VILHENA, DRA. MÁRCIA REIS GUIMARÃES