Dados do Trabalho


Título

RELATO DE CASO: NEUROMIELITE OPTICA. A IMPORTANCIA DA INTERDISCIPLINARIEDADE NO MANEJO CLINICO

Introdução

Dada a importância da diferenciação de Neuromielite óptica com outras doenças desmielinizantes, sua prevalência, incidência e genética, objetivamos com esse relato de caso, enfatizar a necessidade de atuação de uma equipe interdisciplinar para o correto diagnóstico, tratamento e acompanhamento dos pacientes acometidos por tal patologia.

Métodos

Feminino, 75 anos, procurou atendimento no PS de Ortopedia, sem deambular, por paresia e parestesia progressiva, desde 2014. Na anamnese, queixava de diminuição de acuidade visual. Submetida a ressonância magnética cervical, visualizado mielopatia cervical compressiva e mielopatia transversa longitudinal extensa (4 corpos vertebrais), sugerindo processo inflamatório ou infeccioso, sendo encaminhada para Neurologia Clínica para investigação. Realizado exames laboratoriais e encaminhada ao Setor de Neuroftalmologia. Líquido cefalorraquidiano com celularidade baixa e culturas negativas, FAN negativo, aquaporina-4 positiva, bandas oligoclonais negativas. Sem antecedentes oftalmológicos. Ao exame oftalmológico apresentava acuidade visual com melhor correção de 20/30 no OD e 20/40 no OE, catarata nuclear 2+ e subcapsular+ nos dois olhos, e, à biomicroscopia de fundo de olho, palidez de disco óptico no olho direito. Devido alta especificidade de AQUA4, foi feito diagnóstico de Neuromielite óptica e optado por tratamento com pulsoterapia seguido de 5 sessões de plasmaférese. Após 35 dias de internação, apresentou melhora significativa da força motora e retorno da deambulação

Resultados

A Neuromielite Óptica (NMO) é uma doença inflamatória, desmielinizante, caracterizada fisiopatologicamente pela ação de autoanticorpos IgG contra acquaporina 4 (IgG-AQP4), e, acometimento preferencial de nervo óptico e medula espinhal. Mais frequente em mulheres na quarta década de vida, se apresenta clinicamente com episódios de neurite óptica uni ou bilateral, e, mielite transversa completa ou incompleta. O diagnóstico é clínico, mas exames complementares se fazem necessários para exclusão de doenças que afetam secundariamente a mielina

Conclusões

O correto diagnóstico e a instituição precoce da terapêutica, fatos essenciais para o controle clínico da enfermidade, foi possível devido a ação conjunta dos setores de Ortopedia, Neurologia Clíníca e Neuroftalmologia.

Palavras Chave

NEURITE ÓPTICA; MIELITE TRANVERSA; NEUROMIELITE ÓPTICA

Arquivos

Área

Miscelânea

Instituições

HOSPITAL DO SERVIDOR PUBLICO ESTADUAL DE SAO PAULO - São Paulo - Brasil

Autores

FABIO MARTINS COSTA BRUGNARA, LETICIA AREDE ALMEIDA, KELLY CAROLINE WELTER, eric pinheiro andrade