Dados do Trabalho
Título
RELATO DE CASO: DOENÇA DE COATS DIAGNOSTICADA EM CRIANÇA DO SEXO FEMININO
Introdução
A Doença de Coats é congênita, idiopática e não hereditária. Compreende uma desordem vascular retiniana que leva a telangiectasias e exsudação intensa; afetando em maior proporção pacientes jovens do sexo masculino na primeira década de vida e é, majoritariamente, unilateral.
Seu diagnostico pode ser suspeitado na infância devido aos principais achados clínicos: leucocoria, diminuição da acuidade visual unilateral e estrabismo; o que a torna um diagnóstico diferencial de retinoblastoma.
Métodos
Paciente, 10 anos, feminino, comparece ao ambulatório de retina da Santa Casa de São Paulo e refere baixa da acuidade visual do olho esquerdo há 6 meses. Fazia acompanhamento oftalmológico anual devido a Diabetes Melito tipo 1. Ao final de 2017, em uma consulta anual de rotina com oftalmologista foi encaminhada a serviço especializado de referência por alteração ao exame de fundoscopia.
Paciente não apresentava demais comorbidades e faz uso de insulina; não referindo procedimentos oftalmológicos prévios, bem como doenças oftalmológicas prévias na família.
Ao exame clínico apresentava reflexos vermelho, direto e consensual presentes em ambos os olhos e Hirschberg simétrico.
Referia, com a melhor correção, acuidade visual de 20/20 no olho direito e 20/40 no olho esquerdo e à biomicroscopia com lâmpada de fenda não foram identificadas alterações em ambos os olhos. A fundoscopia do olho direito não apresentava nada digno de nota e no olho esquerdo observou-se exsudatos em região nasal ao disco óptico, adjacentes as arcadas temporal superior e inferior e intensa exsudação periférica temporal, assim como alterações vasculares periféricas como aumento de tortuosidade de vasos.
Resultados
Foram realizados OCT e Retinografia, confirmando a hipótese diagnóstica de Doença de Coats. Programou-se tratamento com fotocoagulação a laser, porém não houve colaboração da paciente em 3 tentativas. Foi realizado, portanto, procedimento sob sedação. Um mês após o procedimento a paciente foi reavaliada, mantendo acuidade visual de 20/20 no olho direito e 20/40 no olho esquerdo e mantiveram-se as características fundoscópicas do olho esquerdo.
Conclusões
O tratamento consiste em destruir as telangiectasias, facilitando a resolução dos exsudatos. Dentre os diversos procedimentos há a fotocoagulação a laser – modalidade de escolha em casos iniciais a moderados. No entanto pode-se optar por crioterapia, drenagem de fluido sub retiniano e injeções intra vítreas de triancinolona.
Palavras Chave
Coats; criança; retinografia; feminino
Arquivos
Área
Retina
Instituições
SANTA CASA DE SÃO PAULO - São Paulo - Brasil
Autores
RAFAELA BACCO AMADE, PATRICIA ASPERTI OTTAIANO, JOHN CHII TYANG CHAO, BRUNA MICHELLE FREIRE DE ARAUJO