Dados do Trabalho


Título

PAPILOPATIA DIABETICA COM RESOLUÇAO ESPONTANEA DOCUMENTADA PELA TOMOGRAFIA DE COERENCIA OPTICA

Introdução

A papilopatia diabética (PD) caracteriza-se por edema de disco óptico (DO), que ocorre em pacientes diabéticos do tipo I ou II, uni ou bilateral, transitório, com nenhum ou mínimo déficit visual. A fisiopatologia não está completamente elucidada, porém acredita-se que há um comprometimento da vascularização peripapilar, associada ou não à retinopatia e ao mau controle metabólico. O diagnóstico é realizado com a exclusão clínica de outras causas de edema de DO, por meio de exame oftalmológico e exames complementares. O objetivo deste trabalho é relatar um caso de PD com boa evolução através do controle clínico do diabetes mellitus (DM) documentada pela tomografia de coerência óptica (OCT).

Métodos

Realizado exame fundoscópico e OCT (CIRRUS 4000 Carl Zeiss Inc.) para diagnóstico e acompanhamento de paciente com edema de DO bilateral.

Resultados

Feminino, 55 anos, em uso de anti-hipertensivos e insulina, queixava de baixa acuidade visual (AV) e fotofobia há 1 mês. Nega antecedentes oftalmológicos. Apresentou AV corrigida (Snellen) de 20/30 no olho direito (OD) e 20/20 no olho esquerdo (OE) e sem alterações à biomicroscopia e tonometria. Fundoscopia revelou discos ópticos edemaciados, hiperemiados e com telangiectasias, além de drusas finas no polo posterior. O teste de Ishihara detectou distúrbio da visão de cores inespecífico bilateral. Avaliada pelo serviço neurológico de urgência para propedêutica de papiledema, a tomografia computadorizada de crânio, a raquimanometria e os exames laboratoriais não tiveram alterações. A OCT de DO demonstrou espessura da camada de fibras nervosas total de 371 µm no OD e 161 µm no OE e, após 3 meses de rigoroso controle glicêmico, nova OCT mostrou espessura da camada de fibras nervosas total de 112 µm no OD e 101 µm no OE.

Conclusões

Na tentativa de seguir critérios diagnósticos para a PD, os pacientes devem apresentar diagnóstico confirmado de DM, edema de DO uni ou bilateral, pressão intracraniana normal, ausência de sinais inflamatórios, infiltrativos ou infecciosos do DO e mínima ou nenhuma disfunção do nervo óptico. Atualmente não há um consenso sobre qual terapia deve ser instituída para o tratamento da PD. Alguns estudos demonstraram resultados positivos com injeção intravítrea de triancinolona, bevacizumabe ou injeção periocular de betametasona. Neste relato, após conduta expectante e controle glicêmico rigoroso houve melhora do edema confirmada pela OCT.

Palavras Chave

Diabetes mellitus, edema de papila, disco óptico

Arquivos

Área

Miscelânea

Instituições

Instituto de Olhos Ciências Médicas - Minas Gerais - Brasil

Autores

Senice Alvarenga Rodrigues Silva, Frederico de Miranda Cordeiro, Carolina Serpa Braga, Daniel de Pinho Botelho, Anna Flávia Ribeiro Pereira, Thais Nunes Andrade