Dados do Trabalho


Título

OCLUSAO DE RAMO ARTERIAL DA RETINA COM PLACA DE HOLLENHORST VISIVEL: RELATO DE CASO

Introdução

A oclusão da artéria central da retina (OACR) é uma doença oftalmológica grave e de prognóstico ruim, com incidência de 8,5 por 100 mil pessoas. É mais comum em homens na faixa de 60 anos e portadores de doenças sistêmicas como aterosclerose e hipertensão arterial sistêmica (HAS).

Métodos

ESS, sexo feminino, 69 anos, procura pronto socorro da ISCMSP com queixa de defeito em campo visual temporal inferior no olho direito há 03 dias. Paciente apresentava DPOC em uso de salbutamol e teofilina; HAS sem tratamento; tabagista de longa data, 20 cigarros/dia. Negava antecedentes oculares prévios. Ao exame oftalmológico, acuidade visual com melhor correção de 20/20 em olho direito (OD) e 20/25 em olho esquerdo (OE). Reflexos, movimentação ocular extrínseca e biomicroscopia sem alterações, pressão intraocular de 14. À fundoscopia do OD apresentava edema pálido em arcada temporal superior com visualização do êmbolo na mesma topografia; OE não apresentava alterações. Realizado OCT do OD, evidenciando hiperrefletividade das camadas internas da retina, e angio OCT, demonstrando área de isquemia em todas as camadas da retina na topografia da oclusão arterial. Na investigação sistêmica apresentou doppler de carótidas com placa fibrótica regular com estenose de 30% no bulbo carotídeo direito. A paciente seguiu em acompanhamento no setor, mantendo quadro estável.

Resultados

A OACR ou em um de seus ramos (ORACR) é provocada por êmbolos provenientes de depósitos ateroscleróticos das carótidas, assim como de valvulopatias, vegetações reumáticas ou mixomas atriais. Podem ser constituídos por colesterol (placas de Hollenhorst), plaquetas e cálcio, sendo a primeira a forma mais comum. A ORACR representa de 38 a 40% das oclusões arteriais da retina, sendo o ramo temporal mais acometido, atingindo mais de 90% dos pacientes. Os sintomas dependem da localização da lesão, mas em geral, os pacientes queixam-se de uma perda visual indolor e súbita. As obstruções arteriais da retina são emergências oftalmológicas e o seu tratamento, na fase aguda, visa reestabelecer a circulação retiniana o mais rapidamente possível a fim de evitar o infarto definitivo. Atualmente ainda não há um tratamento de escolha comprovado que possa trazer um efeito benéfico.

Conclusões

A OACR é uma condição frequente em pacientes com doenças sistêmicas associadas e deve ser considerada quando há queixa de baixa visual. Quando afeta apenas um de seus ramos, o paciente pode ter alterações visuais mais brandas, com preservação da área macular.

Palavras Chave

Oclusão de ramo da artéria central da retina; placa de hollenhorst; isquemia.

Arquivos

Área

Retina

Instituições

SANTA CASA DE MISERICORDIA DE SAO PAULO - São Paulo - Brasil

Autores

Bruna Michelle Freire de Araújo, Natasha Ferreira Santos da Cruz, Rafaela Bacco Amade, Matheus Ferreira Santos da Cruz, Sérgio Ferreira Santos da Cruz, João Duvilio Andreotti de Biazi