Dados do Trabalho


Título

COROIDITE SERPIGINOSA — RELATO DE CASO

Introdução

A síndrome dos pontos brancos reúne doenças marcadas por lesões inflamatórias que acometem a retina externa e coróide. Inclui coriorretinopatia de Birdshot, coroidite serpiginosa, síndrome dos pontos brancos evanescentes, epiteliopatia pigmentária placóide multifocal posterior aguda, coroidite multifocal e pan-uveíte, coroidite puncttata interna, retinopatia externa zonal oculta aguda, neurorretinopatia macular aguda e neurorretinite subaguda unilateral difusa. A coroidite serpiginosa é uma inflamação ocular rara, idiopática, usualmente bilateral, progressiva, crônica, recorrente, com períodos de inatividade entre episódios e gera acometimento da coroide, coriocapilar e EPR. A maioria dos casos acomete homens de meia idade, com maior prevalência de HLA-B7 e não associada a doença sistêmica. O diagnóstico é clínico, e não existem exames patognomônicos. O tratamento é realizado com corticoesteróides e associação de imunossupressores.

Métodos

Relato de caso atendido no ambulatório de uveítes do Centro de Referência em Oftalmologia da UFG.

Resultados

M.S.M., feminino, 46 anos, iniciou moscas volantes associadas a progressiva redução da acuidade visual há 6 meses, com piora expressiva há 2 meses. Negou antecedentes patológicos prévios. Ao exame oftalmológico apresentava acuidade visual 0,4 (OD) 1,0 (OS). Ectoscopia, reflexo fotomotor e motilidade ocular normais. Pressão intra-ocular 10 mmHg (OD) 12 mmHg (OS). Biomicroscopia sem alterações (OD) pterígio nasal (OS). Fundoscopia com atrofia coriorretiniana com aspecto amarelo-acinzentado a partir do disco óptico e em direção à fóvea (OD) atrofia coriorretiniana focal justadiscal (OS). Angiofluoresceinografia evidenciou hipofluorescência com margens hiperfluorescentes, que aumentam em direção ao centro da lesão. Investigação laboratorial para doenças infecciosas e reumáticas negativa. Baseado na história clínica e exames complementares, foi feito a hipótese diagnóstica de Coroidite Serpiginosa e iniciado corticoterapia com Prednisona 80 mg/dia. Após 3 meses de follow-up, observou-se piora da acuidade visual 0,2 (OD) 1,0 (OS). Mediante piora clínica e estrutural, documentada por exames de imagem, foi indicado imunossupressão com Azatioprina 50 mg 12/12.

Conclusões

A coroidite serpiginosa pode gerar déficit visual significativo. Os objetivos do tratamento são o rápido controle de lesões ativas e sua prevenção, para evitar progressão da doença. Portanto, optou-se por tratamento agressivo no caso apresentado, porque as lesões causadas são definitivas.

Palavras Chave

Uveíte, Síndrome dos pontos brancos, Coroidite serpiginosa

Arquivos

Área

Miscelânea

Instituições

Centro de Referência em Oftalmologia do (CEROF) do Hospital das Clinicas da Universidade Federal de Goiás (UFG) - Goiás - Brasil

Autores

Luiz Arthur Franco Beniz, Raphael de Toledo Remiggi, Bruna Costa Monteiro Hadler, Rodrigo Cunha Ferreira, Victor Falcão Pereira Costa, Marina S Rocha