Dados do Trabalho


Título

TUMOR VASOPROLIFERATIVO DA RETINA: RELATO DE CASO

Introdução

Os tumores vasoproliferativos da retina (TVR) são raras lesões intrarretinianas nodulares, de células gliais, associadas a uma rede vascular. Geralmente são unilaterais e benignos, localizados em periferia temporal inferior. Não apresenta predileção por sexo e acomete geralmente os pacientes entre a 4ª e 6ª décadas de vida. Ao exame, o TVR apresenta aparência de uma massa intrarretiniana amarelada ou rosada e, na ultrassonografia (US) apresenta padrão ecodenso, tamanho aproximado de 3mm. Os pacientes geralmente queixam de baixa acuidade visual (AV), floaters, fotopsia e metamorfopsia. Na maioria dos casos, os TVR são idiopáticos e acometem pacientes saudáveis. O restante, são secundários a outras doenças, como uveíte, retinose pigmentar, toxoplasmose e Doença de Coats. Apesar de seu carácter benigno, os TVR geram complicações como edema macular cistóide, formação de membrana epirretiniana e descolamento retiniano exsudativo. Deve ser diferenciado de lesões discoides excêntricas, hemangioblastoma retiniano, hemangioma coroidal.

Métodos

Análise de prontuário e revisão da literatura.

Resultados

Paciente, sexo feminino, 83 anos, queixa piora da AV em olho direito. A AV em OD era de vultos, sem melhora. À biomicroscopia de fundo observava-se hemorragia vítrea moderada, impossibilitando observação da retina. Na oftalmoscopia binocular indireta, observava além da hemorragia vítrea, área elevada em média periferia temporal inferior. A US demonstrou hemorragia vítrea e lesão elevada com superfície irregular, de limites imprecisos, com ecogenicidade heterogênea de média a alta refletividade, medindo cerca de 6x10mm, sem vascularização interna. Foi então realizada vitrectomia posterior e observado exsudação macular a qual se estendia por todo o quadrante temporal inferior de retina e até média periferia.Nessa área havia rede anormal de vasos, porém optou-se pela não realização de endolaser ou crioterapia. Após cirurgia, a AV se manteve. Foram realizados exames complementares e observou-se fluido intra e sub-retiniano de grande extensão. Devido ao aspecto, características da ecogenicidade e natureza altamente exsudativa da lesão, a hipótese de TVR foi considerada a mais provável e realizado tratamento com ranibizumab. Um mês após a injeção de ranibizumab, observou-se resolução da exsudação macular.

Conclusões

No caso relatado, o uso de injeções intravítrea de ranibizumab mostrou-se efetivo no tratamento da exsudação de forma duradoura e, após seis meses não houve necessidade de injeções adicionais.

Palavras Chave

Tumor vasoproliferativo da retina; Injeção intravítrea; ranibizumab; anti-VEGF; Neoplasias da retina

Arquivos

Área

Retina

Instituições

Hospital Oftalmológico de Brasília - Distrito Federal - Brasil

Autores

Bruna Viana Vieira, Maria de Fátima Sainz Ugarte, Luciana de Sá Quirino Makarczyk