Dados do Trabalho


Título

SURPRESA REFRACIONAL APOS FACOEMULSIFICAÇAO E IMPLANTE DE LENTE INTRAOCULAR TORICA EM PACIENTE SUBMETIDO A CIRURGIA REFRATIVA PREVIA

Introdução

Relatar o caso de um paciente com história prévia de cirurgia refrativa, que foi submetido a facoemulsificação e implante de lente intra-ocular tórica com surpresa refracional apesar do uso de técnicas avançadas para o cálculo da lente intra-ocular e concluir qual seria o melhor método atual para estimar o poder da LIO no caso.

Métodos

As informações foram obtidas por meio de revisão do prontuário, entrevista com o paciente, registro fotográfico dos métodos diagnósticos aos quais o paciente foi submetido e revisão da literatura.

Resultados

Caso Clínico: Paciente de 53 anos, com história prévia de cirurgia refrativa (LASIK) em 2008, com astigmatismo corneano (2,91D em OD e 1,11D em OE) em topografia de córnea AO.
Refração estática OD: -2,75 -1,25 cyl @ 150o OE: -4,25.
Acuidade visual: 0,5 OD e 0,6 OE.
Biomicroscopia anterior: OD catarata N2C2P4, OE: N1C1P2 Optou-se por facectomia com implante de LIO tórica (AT TORBI® 709) em AO.
Realizado Biometria óptica e optado por fazer o calculo da lente pelo Z CALC Online IOL Calculator conforme orientação do fabricante.
Cirurgia realizada sem intercorrências.
Apresentou ao trigésimo dia pós-operatório refração estática OD: +0,75 -2,00 cyl @ 95o, com acuidade visual com correção 1,0, LIO em saco capsular, orientada no eixo 83o.
Conforme análise pelo Astigmatismfix.com, o astigmatismo residual não seria completamente corrigido com o reposicionamento da LIO. Assim, para melhor compreensão do caso, foi realizado Pentacam® e refeito os cálculos pela fórmula Barret-True K, que se mostrou mais acurada para o caso em estudo.
O paciente foi orientado e após facectomia de OE, será proposta PRK para correção do grau residual.

Conclusões

O astigmatismo irregular resultante de um procedimento cirúrgico refrativo pode comprometer o resultado visual final após a facoemulsificação. Esses pacientes possuem maior probabilidade de apresentar surpresas refracionais pós-operatórias mesmo com o uso de recursos avançados. Dessa forma, o cirurgião deve informar minuciosamente o paciente sobre os limites de precisão no cálculo da lente intra-ocular e a possível necessidade de uma nova cirurgia refrativa para devida satisfação visual. Ao analisar os dados pré e pós operatórios, conlcui-se que a fórmula Barrett-True K se mostrou precisa ao estimar o astigmatismo corneano e obteve valores próximos ao mensurado pelo exame de Pentacam® nesse relato de caso.

Palavras Chave

Surpresa refracional, Lente intraocular tórica, Cirurgia refrativa

Arquivos

Área

Catarata

Instituições

Hospital Evangélico de Belo Horizonte - Minas Gerais - Brasil

Autores

FRANCINE RUBIAO DA CUNHA, LUIZ GUSTAVO VILELA SANTOS, DIOGO PERES DA SILVA, EDUARDO BITTAR CARNEIRO, GUSTAVO OLIVEIRA SIEIRO