Dados do Trabalho


Título

EPIDEMIOLOGIA DAS PRINCIPAIS AFECÇÕES CORNEANAS DE BASE NA INDICAÇÃO TERAPÊUTICA DE TRANSPLANTE DE CÓRNEA  EM UM HOSPITAL DE TRANSPLANTE

Introdução

As doenças da córnea são a terceira causa de cegueira em todo o mundo atrás da catarata e do glaucoma. Atualmente, mais de 10 milhões de pessoas sofrem de doenças que acometem bilateralmente as córneas. De acordo com a Central de Transplantes do Estado de São Paulo a cada 10 transplantes realizados no estado 6 correspondem ao transplante de córnea. Somente no primeiro semestre do ano de 2019, por exemplo, foram realizados 4.023 transplantes no Estado, sendo 2.583 especificamente de córnea. Daí a importância de avaliar a a epidemiologia  das principais patologias corneanas a partir das quais se indicou tratamento com transplante de córnea, além dos tipos de técnicas usadas nos mesmos em um serviço de transplante de córnea do Estado de São Paulo.

Métodos

Trata-se de um estudo observacional transversal, incluindo 133 pacientes atendidos no ambulatório de córnea do Hospital de Transplantes do Estado de São Paulo “Dr Euryclides de Jesus Zerbini” e que foram submetidos a transplante de córnea no período de janeiro de 2018 à dezembro de 2019.

Resultados

Do total de 133 pacientes, 49% eram homens e 51% mulheres. Quanto as patologias de base que motivaram as indicações dos transplantes , 65,4% dos indivíduos foram indicados por conta de ceratocone, 13,53% de ceratopatia bolhosa , 3,75% tiveram como indicação o diagnóstico falência de transplante prévio, 3,75% por rejeição de transplante prévio, 3,75% por opacidade pós ceratite infecciosa e/ou trauma corneano, 3% por afinamento escleral, 2,25% distrofia de Fuchs e 1,5% por pelúcida. O grupo de “outras causas” somou 4% da população. Quanto aos tipos de transplantes realizados, 67,76% foram do tipo penetrante, 26,24% do tipo lamelar e 6% patch de córnea. Em relação ao total dos lamelares, 68,75% foram do tipo DALK, 25,53% DMEK e 5,7% DESEK. Todos os pacientes nos quais se realizaram transplante lamelar tipo DALK tinham como indicação ceratocone. Dos tipo DMEK, apenas 1 tinha tinha diagnóstico de distrofia de Fuchs, os demais tinham como diagnóstico a ceratopatia bolhosa.

Conclusões

Os dados abordados mostram a importância da necessidade de se saber lidar com o paciente portador de ceratocone, não só no nosso serviço (já que representa mais que a metade das causas de indicações de transplante de córnea), como também em todo o Sistema Único de Saude. A alta prevalência de indicações de transplante por ceratocone talvez possa sugerir a predominância de transplantes tipo DALK dentre os lamelares.

Palavras Chave

Transplante, córnea, epidemiologia, ceratocone, indicação

Arquivos

Área

Miscelânea

Instituições

Hospital Brigadeiro - São Paulo - Brasil

Autores

MATEUS QUEIROZ CORRÊA, STEPHANNY CHRISTINE MURTA ALVES, WELDON SILVA DE CASTRO, MAURICI CARVALHO PASIN, ALINE AZEVEDO YABRUDI, MARCUS VINICIUS PRADO GUERREIRO FILHO