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XX CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÌTES

XX CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÌTES

LOCAL: Espaço de Eventos Unimed - BELO HORIZONTE /MG | 09 a 11 de Março de 2017

Dados do Trabalho


TÍTULO

APRESENTAÇAO INICIAL DE NEUROSSIFILIS COMO NEURITE OPTICA BILATERAL

OBJETIVO

Apresentar o relato de um caso de neurite óptica bilateral como apresentação inicial de neurossífilis.

RELATO DO CASO

J.S.M., masculino, 61 anos, natural e procedente de Belo Horizonte-MG, com queixa de baixa de acuidade visual súbita no olho direito. Negava história de doenças prévias, uso de medicamentos ou queixa de outros órgãos ou sistemas. Acuidade visual de 20/100 e 20/25, respectivamente. À fundoscopia, havia edema difuso do disco óptico com diminuição do brilho macular no OD e leve hiperemia de disco no OE. A angiofluoresceinografia mostrava extravasamento de contraste nos discos ópticos em ambos os olhos, denunciando quadro de neurite óptica bilateral. Solicitados exames laboratoriais, com resultado de VDRL 1:256 e FTA-abs positivo. Realizada internação hospitalar, com punção liquórica positiva para VDRL e FTA-abs e sorologia negativa para HIV. Iniciada penicilina cristalina IV, com melhora do quadro clínico após 3 semanas de tratamento. Foi administrada ainda complementação com Penicilina Benzatina IM em nível ambulatorial. Apresentou melhora do quadro ocular com acuidade visual final de 20/20 em ambos os olhos. Realizado seguimento ambulatorial com controle de VDRL.


CONCLUSÃO

O acometimento ocular pela sífilis varia conforme a fase evolutiva da doença. Podem ocorrer alterações em qualquer estrutura do bulbo ocular e seus anexos. A uveíte é complicação típica da fase secundária da infecção, sendo a uveíte anterior o principal achado intraocular, ocorrendo em 5 a 10% dos pacientes neste estágio.
O diagnóstico pode ser feito por meio de pesquisa direta do agente, por testes sorológicos ou imunoenzimáticos. Os exames mais comumente utilizados são testes sorológicos não treponêmicos (RPR e VDRL) e os treponêmicos (FTA-abs e TPHA). O estudo do líquido cefalorraquidiano (LCR) é imprescindível para excluir o envolvimento do SNC. O tratamento da sífilis ocular deve ser o mesmo utilizado para neurossífilis, ou seja, penicilina aquosa EV por 10 a 14 dias. Alguns especialistas recomendam acrescentar penicilina benzatina em 3 doses semanais consecutivas de 2,4mUI IM após o término do regime descrito. O acompanhamento ambulatorial para controle é fundamental, por pelo menos 5 anos após o tratamento.
A sífilis é uma doença reemergente em nosso meio e que pode simular qualquer tipo de patologia inflamatória. Por isso, deve sempre fazer parte do nosso leque de diagnósticos diferenciais, em todas as idades.

Palavras Chave

SÍFILIS; NEURITE; NEURORRETINITE; UVEÍTE; NEUROSSÍFILIS

Área

Úveites

Instituições

Santa Casa de Misericórdia de Belo Horizonte - Tocantins - Brasil

Autores

RENATA AMARAL SANT ANNA MODESTO, WILTON FEITOSA DE ARAÚJO, JULIA ROCHA DIAS, PATRÍCIA FERNANDES, ANA DRUMOND CASSIMIRO