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XX CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÌTES

XX CONGRESSO DA SOCIEDADE BRASILEIRA DE UVEÌTES

LOCAL: Espaço de Eventos Unimed - BELO HORIZONTE /MG | 09 a 11 de Março de 2017

Dados do Trabalho


TÍTULO

COROIDOPATIA PUNTATA INTERNA – RELATO DE CASO.

OBJETIVO

O caso pretende suscitar a revisão de um relevante diagnóstico diferencial de inflamação coriorretiniana não infecciosa, a coroidopatia puntata interna (PIC). O aspecto fundoscópico, a acuidade visual, a epidemiologia e os exames complementares norteiam a elucidação do diagnóstico.

RELATO DO CASO

Paciente do sexo feminino, 36 anos, míope, sem comorbidades, informava baixa acuidade visual (BAV) e “alteração na retina” no passado.Há 16 anos apresentou “forte inflamação ocular” associada à BAV, com melhora progressiva após uso de corticóide oral por 6 meses. Sem queixas oftalmológicas no momento. Ao exame: melhor acuidade visual corrigida 20/20 no olho direito e 20/25 no olho esquerdo. Tonometria de aplanação de Goldman foi igual a 14 mmHg em ambos os olhos. À fundoscopia observou-se em ambos os olhos lesão macular difusa, de bordas bem delimitadas, amarelo- esbranquiçada, focos de atrofia coriorretiniana com áreas de pigmentação. Ausência de sinais inflamatórios na câmara anterior ou cavidade vítrea.
A angiografia fluoresceínica (AGF) revelou hiperfluorescência precoce por defeito em janela associada a pontos hipofluorescentes por bloqueio na topografia das lesões maculares com regiões de impregnação tardia do contraste. A tomografia de coerência óptica demonstrou retina interna preservada com presença de elevações focais do EPR de média reflectividade bilateralmente. A avaliação laboratorial e imaginológica para doenças auto imunes e infecciosas foi negativa. Perante estes achados foi pressumido o diagnóstico de PIC e programado seguimento clínico frequente.

CONCLUSÃO

A PIC é uma doença inflamatória coriorretiniana multifocal, predominante em mulheres jovens e míopes, sem sinais inflamatórios intra oculares evidentes. Ocorrem múltiplas lesões pequenas, geralmente bilateral, em pólo posterior, ao nível da coróide e EPR, podendo evoluir para atrofia com pigmentação variável ou até mesmo neovascularização de coroide (MNVSR). A AGF cursa geralmente com fases de hiperfluorescência precoce e hiperfluorescência tardia.
É auto-limitada com bom prognóstico visual, exceto se MNVSR, podendo haver melhora espontânea ou com uso de corticóides.
Muitas vezes sub diagnosticada, pela inespecificidade dos sintomas ou por confusão diagnóstica com outras patologias do grupo “white-dot syndromes”. A sua principal complicação é o desenvolvimento de MNVSR, sendo essencial o diagnóstico precoce e o seguimento frequente dos pacientes.

Palavras Chave

White-dot syndromes,Coroidopatia puntata interna .

Área

Úveites

Categoria

Clínico

Instituições

Hospital Universitário Ciências Médicas - Minas Gerais - Brasil

Autores

MARCELA PINTO DE FREITAS, Thaís Nunes Andrade, Tereza Moreira Kanadani, Jéssica Rezende