SINDROME DE VOGT-KOYANAGI-HARADA NA INFANCIA: RELATO DE CASO E PERSPECTIVAS DO TRATAMENTO
Descrever o relato de uma paciente com Vogt-koyanagi-Harada fora da faixa etária habitual e nossa conduta e raciocínio relacionados ao tratamento.
Paciente feminina, 13 anos,parda, estudante, natural e procedente de São Paulo, iniciou quadro de cefaleia holocraniana, constante há cerca de 4 meses . Após 3 semanas, apresentou zumbidos, BAV importante,hiperemia ocular e fotofobia em ambos olhos. A acuidade visual com melhor correção em ambos olhos era de movimento de mãos. Biomicroscopia de segmento anterior revelava hiperemia conjuntival discreta, córnea clara, sem precipitados ceráticos, RCA 2+/4, Flare 1+/4, alguns pontos de sinéquia posterior, vitreíte anterior 1+/4 em AO.Fundoscopia revelava disco médio,hiperemiado, edemaciado e escavação fisiológica, com descolamento de retina seroso difuso em ao (fotos,) extensas áreas de mobilização de pigmento principalmente no OE e áreas de rarefação de EPR. Pressão Intraocular 13/12 mmHg. Foram prescritos colírios de prednisolona 1% 4/4h, fenilefrina a 10% 3/3h, tropicamida a 1% de 6/6 h e pulsoterapia com metilprednisolona 1g/kg/dia por 3 dias seguido de prednisona oral 1,0mg/kg/d. No seguimento, após 2 semanas, a AV cc foi para 20/200 e cd a 2m, redução da RCA e do DR seroso, mantendo a inflamação do NO. Acompanhada ambulatorialmente após 1 mês , a paciente evolui com facie cushingoide e com nova baixa de visão cd a 50cm e cd a 1metro, apesar da melhora do DR seroso e redução discreta da papilite. Foi optado por realizar 1ml de triancinolona 40mg/ml subtenoniana em AO e reduzir o corticóide oral para 0,5mg/kg/dia. A paciente melhorou a AV (20/60;20/200) após 1 mês e está seguindo estável por 2 meses, com resolução dos descolamentos serosos e discreta hiperemia disco optico a esquerda. Encontra-se em uso de prednisona oral e em discussão com reumatologia para iniciar imunossupressor.
Um ponto fundamental a se pensar na Síndrome de Vogt-Koyanagi-Harada é a prevenção das recidivas e qual a melhor terapia. Em se tratando de pacientes fora da idade adulta, este ponto se torna ainda mais importante, visto que os efeitos colaterais a curto e a longo prazo se tornam mais relevantes.O uso de alternativas como corticóides subtenoniano e a introdução de imunomoduladores mais específicos, como as ciclosporinas e, mais recentemente, inibidores do fator de necrose tumoral, como o Adalimumab, se propõe a uma menor incidência de efeitos colaterais sistêmicos e maior segurança.
VOGT-KOYANAGI-HARADA
Úveites
Clínico
HOSPITAL DO SERVIDOR PÚBLICO ESTADUAL DE SÃO PAULO - São Paulo - Brasil
CLAUDIO ALVES DE ALBUQUERQUE, JULIANA ALMEIDA BRITO, JOSÉ VALENTIM KRINDGES JUNIOR, MARIA EMILIA WENDLER MULLER, EWERTON GIACONDINO MAGALHÃES DA SILVA